18 dezembro 2007

Pregão do 'laptop educacional', destinado ao programa Um Computador por Aluno, acontece nesta terça-feira

A fase piloto do projeto Um Computador por Aluno (UCA) - criado pelo governo federal em 2006 com o objetivo de ampliar o uso das tecnologias da Informação e Comunicação (as chamadas TICs) no processo educacional - está entrando em sua reta final nesta terça-feira, às 14h30m, quando será realizado um pregão eletrônico para contratação da empresa fornecedora de 150 mil equipamentos portáteis e de baixo custo para o programa.

Trezentas escolas em todo o Brasil serão contempladas com os laptops educacionais em quantidades que irão variar de acordo com o número de alunos e professores, da seguinte forma: cinco escolas serão escolhidas por estado, sendo uma delas obrigatoriamente rural; cinco outras escolas de cada estado serão indicadas pelos representantes estaduais da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação); e, por fim, cinco municípios (um de cada região do país) com até 3 mil alunos e professores serão escolhidos pelo Ministério da Educação e pela Presidência da República para equipar com laptops todas as suas escolas públicas.

A licitação destes equipamentos portáteis está a cargo do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligado ao Ministério da Educação, que irá considerar ofertas de empresas nacionais ou estrangeiras que atenderem às exigências presentes no edital, divulgado no dia 06 de dezembro. As duas soluções que oferecerem o menor preço serão submetidas a um teste de aderência realizado pela equipe técnica do MEC até o fim desta semana, de modo que exista uma margem de segurança para descarte. Somente na segunda-feira que vem o laptop oficial do programa UCA será publicamente conhecido.

Sistema operacional de código aberto e em português, além de dispositivos wireless, são algumas das exigências

Dentre os requisitos básicos exigidos estão um sistema operacional baseado em software livre e de código aberto, em idioma português e com interface gráfica e amigável; capacidade mínima de 1 Gigabyte de armazenamento; memória RAM mínima de 256 Megabytes; dispositivo de rede wireless integrada ao equipamento para permitir o acesso à internet sem adaptadores externos; tela colorida com tamanho mínimo de sete polegadas; e peso máximo de 1,5 kg, com a bateria instalada (esta, deverá garantir que o equipamento permaneça ligado e com a tela de LCD ativa por pelo menos três horas).

Apesar da pouca memória, a preocupação com a segurança e com os recursos multimídia disponíveis para as crianças está presente na lista de exigências, que inclui uma câmera de vídeo/fotográfica em cores acoplada ao gabinete do equipamento; um software que permita a filmagem e a tiragem fotos; um filtro de conteúdo de páginas da internet que permita o bloqueio de sites inapropriados; e um navegador web que utilize plugins Java e Flash, reproduzindo áudio e vídeo em tempo real e suportando o acesso a chats e jogos educacionais.

Classmate PC, XO (conhecido como o 'laptop de US$100') e Mobilis são modelos mais cotados para vencer a licitação

As apostas são de que a solução vencedora saia do grupo de computadores que vem sendo testados ao longo da fase piloto, formado pelo Classmate PC (da Intel), pelo Mobilis (da indiana Encore Software), e pelo XO (também chamado de 'laptop de US$ 100', da fundação One Laptop Per Child, cujas doações foram as primeiras a chegar ao Brasil, em novembro de 2006, pelas mãos de Nicholas Negroponte). Em entrevista ao Globo Online, o idealizador do XO e fundador do Laboratório de Mídia (Media Lab) do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT, na sigla em inglês) explica por que ele traria vantagens em relação aos demais laptops educacionais

Ao todo, 1.390 portáteis destas marcas tiveram suas funcionalidades testadas em diferentes sistemas de rede e com diferentes aplicativos por alunos e pedagogos de cinco escolas públicas, além de técnicos do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), da Universidade de Campinas e da Federal do Rio Grande do Sul. As escolas participantes desta etapa são das cidades de Porto Alegre (RS), São Paulo (SP), Piraí (RJ), Palmas (TO) e do Distrito Federal. Saiba qual foi a avaliação desta experiência para a pedagoga da Escola Estadual Luciana de Abreu, de Porto Alegre, que recebeu 275 unidades do XO para testes em março deste ano.

Fonte: O Globo Online

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