30 agosto 2007

Rio de Janeiro, estado do conhecimento

O conhecimento, alicerçado na ciência, na tecnologia e na informação, é considerado hoje o fator de produção por excelência, determinante do progresso e da riqueza das nações. Tanto é assim que, de acordo com o Institute for the Future, 50 a 60% do PIB das economias mais avançadas do mundo já advêm de atividades relacionadas ao conhecimento. No Brasil, essa perspectiva pode ser considerada bastante desafiadora, uma vez que implica em avançarmos para um novo estágio do desenvolvimento, não apenas em sua dimensão econômica - levando o conhecimento a todos os setores produtivos -, mas também em sua dimensão social, estendendo o conhecimento a todos os segmentos da sociedade, inclusive às classes de baixa renda.

Em ambas as dimensões, as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) assumem um papel fundamental, dada a sua importância no processamento e disseminação de informações. No âmbito social, especialmente, o Estado aparece como um ator indispensável, a quem cabe uma ação positiva em prol da repartição desse elemento essencial do poder político e econômico: o conhecimento.

É exatamente nessa premissa que o programa de inclusão digital do governo fluminense está baseado, objetivando não apenas promover o acesso democrático à internet - através da montagem de laboratórios públicos de informática ou de infra-estruturas de redes de comunicação de dados que atendam a toda a população -, mas principalmente contribuir com a inserção competitiva do Rio de Janeiro na chamada Economia do Conhecimento, valorizando a apropriabilidade, ou seja, a capacidade de internalização do conhecimento, em vez da mera acessibilidade, amplamente possível hoje.

Isso significa dizer que as iniciativas de inclusão digital fluminenses representam muito mais do que uma simples e despretensiosa porta para o maravilhoso mundo da web. Nossos olhos estão mirando adiante, buscando permitir aos cidadãos a aquisição e a troca mais rápidas e mais fáceis de informação e conhecimento; o exercício pleno da cidadania; o acesso a novas formas de cultura, lazer e entretenimento; a expansão da sociabilidade; e, ainda, o desenvolvimento de atividades que, agora ou no futuro, terão uma importante expressão econômica.

Não é à toa, portanto, que muitos dos Centros de Internet Comunitária implantados pelo Proderj desde 2004 estão associados a Arranjos Produtivos Locais, visando a dar suporte ao desenvolvimento das principais atividades econômicas das localidades onde estão instalados, como é o caso de Nova Friburgo e Petrópolis. Da mesma forma, os projetos de cidades digitais desenvolvidos há dois anos pela autarquia têm privilegiado a vocação econômica de cada município, buscando potencializá-la, a exemplo do que acontece em Conservatória, distrito de Valença, com a produção cultural (especialmente as serestas); em Visconde de Mauá, distrito de Resende, com o turismo ecológico; e em Paraty, com o turismo ecológico e histórico-cultural.

Todas essas localidades seguem o exemplo da pequena Piraí, cidade do Médio Paraíba fluminense, onde a iluminação com uma rede Wi-Fi possibilitou um desenvolvimento econômico e social sem precedentes: foram 4 mil empregos gerados e 18 novas indústrias instaladas, sem falar da arrecadação de ICMS, que simplesmente quintuplicou. Números tão impressionantes comprovam a ligação direta entre a extrapolação das fronteiras do conhecimento e o progresso, além de merecerem, sem dúvida, ser repetidos em todas as cidades do Rio de Janeiro.

É esse, aliás, o objetivo do projeto Estado Digital.RJ, elaborado pelo Proderj, que, em linhas gerais, visa à cobertura de todo o território fluminense com internet wireless em banda larga, a partir da implementação de "corredores digitais" estrategicamente posicionados. Para tanto, o governo estadual apostará nas parcerias público-privadas (PPPs), recentemente aprovadas pela Alerj. O primeiro piloto desse modelo de negócios está sendo testado em Paraty, onde a californiana NextWave, em parceria com o Proderj e com a prefeitura local, disponibilizou sinal gratuito para hospitais, escolas e outros órgãos públicos, em troca da exploração comercial dos serviços de conectividade para empresas, moradores e turistas do município.

Caracterizado pela ousadia - talvez a maior da história das políticas públicas fluminenses na área de tecnologia -, o projeto Estado Digital.RJ contribuirá para a construção de um estado inteligente, integrado e transparente, criando as condições habilitadoras para a transição efetiva do Rio de Janeiro para a Economia do Conhecimento, onde a informação é um bem público, a comunicação é um processo participativo e interativo, o conhecimento é uma construção social compartilhada e as TICs são um suporte para tudo isso, e não um fim em si mesmas.

Tereza Porto é presidente do Proderj

Fonte: O Globo Online

21 agosto 2007



Fonte: Revista Baixada

Municípios do Estado do Rio querem se tornar verdadeiras Cidades Digitais



Fonte: O Globo Online

Fonte: O Globo Online



20 agosto 2007

Web: internautas brasileiros batem novo recorde de uso de internet em julho

Erica Ribeiro, O Globo

RIO - Pesquisa realizada pela Nielsen/NetRatings mostra que o Brasil continua sendo o país com o maior tempo médio de navegação residencial por internauta. Entre os dez países monitorados, o Brasil aparece com a marca de 23h30 por mês de uso no mês de julho, 5% acima do registrado em junho.

Completam a lista dos cinco países com maior tempo por pessoa no domicílio os EUA com 19h25; Japão 18h41; Alemanha com 18h07 e Austrália (17h51).

Em relação ao mês passado, o número de usuários domiciliares no Brasil aumentou 2,6%, chegando a 18,5 milhões de pessoas. Em julho, a participação das mulheres chegou a 48,5% do total de internautas residenciais ativos, o que ajuda a explicar o crescimento de categorias como "Casa e Moda" e "Família e Estilo de Vida" em número de usuários, além dos sites relacionados à "Educação e Carreira", que ganham em tempo médio de visita.

- Estes conteúdos crescem muito porque têm entre as mulheres seu principal-alvo - afirma Alexandre Magalhães, gerente de análise de mercado do Ibope/Inteligência.


Fonte: O Globo Online

18 agosto 2007

Crise na rede estadual chega ao Hospital de Saracuruna

A expressão no rosto do aposentado Adilson da Silva, 57 anos, mistura cansaço e resignação. Na porta do Hospital Estadual de Saracuruna, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, às 16h, Adilson tinha acabado de ser consultado, depois de uma espera de quatro horas. Deixou a unidade com dois raios X do tórax e a indicação para procurar um peneumologista em uma outra unidade da rede pública. A cena é parte do retrato da crise em que se encontra o hospital, de acordo com denúncia do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Rio (Sindsprev-RJ).

Diretora do sindicato, Rosemeri Paiva contou que médicos, enfermeiros e pacientes vêm sofrendo com a falta de material e medicamentos na unidade, inaugurada em 1999. Faltam, revelou a dirigente, materias básicos como seringa, gaze e luvas e sapatilhas para a realização de cirurgias. A preocupação, de acordo com Rosimeri, é que a situação tem levado os médicos a improvisar cirurgias, que poderão até ser suspensas.

A crise, garantiu Rosimeri, não atinge apenas a unidade de Saracuruna. Outros hospitais estaduais, como o Carlos Chagas, em Marechal Hermes, e o Albert Schweitzer, em Realengo, também sofrem com a falta de investimentos.

- Isso é um exemplo do quadro em que se encontra a saúde no Estado. É um genocídio completo na saúde - disse a diretora do Sindsprev-RJ. - O atual governo prometeu, mas continua repetindo as gestões anteriores. Não há investimentos.

A crise no Hospital de Saracurana, conforme contou Rosimeri, já foi encaminhada à Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj). A dirigente, agora, espera uma resposta dos parlamentares. A idéia é levar os deputados que integram a comissão para fazer uma inspeção na unidade, que atende 500 pacientes por dia, em média, e conta com 2.200 funcionários.

- Falta até roupa de cama. O hospital tem uma demanda grande naquela região. São pessoas de baixa renda, que não têm outra opção - ressaltou Rosimeri. - É uma perversidade o que o Estado faz naquela unidade.

Na tarde de ontem, poucos pacientes esperavam por atendimento. O aposentado Adilson da Silva teve de esperar quatro horas para ser atendido. Do tempo de espera, segundo contou, duas horas foram para o horário de almoço do médico que o atendeu.

- Cheguei aqui passando mal. Esperei e, na minha vez, disseram que o médico tinha saído para almoçar. Mas só voltou duas horas depois - disse Adilson, resignado. - O que podemos fazer? Vou procurar outro hospital mesmo.

Fonte: JB Online.

16 agosto 2007

Lona de Ciência

Amanhã estaremos recebendo o projeto Lona Ciência, uma iniciativa do Deputado Alexandre Cardoso, no dia 17 de agosto, as 10h na Praça da Apoteose na Vila São Luiz.
A Praça estará recebendo duas carretas e uma lona com experimentos científicos, convide sua comunidade e compareça para conhecer mais essa iniciativa.

Oficinas, sessões de planetário inflável, vídeos científicos e observação do céu, são as ferramentas que a Lona da Ciência utilizará para aproximar o conhecimento científico do grande público. Esse projeto é uma iniciativa da Fundação Centro de Ciências e Ensino Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro (Cecierj), órgão do Governo do Estado do Rio de Janeiro vinculado à Secretaria de Ciência e Tecnologia, e do Museu da Vida – Fundação Oswaldo Cruz. A Lona da Ciência será inaugurada no dia 17 de agosto, às 10h, na Praça da Apoteose em Duque de Caxias, região da Baixada Fluminense

A cerimônia oficial de inauguração da Lona contará com a presença do Governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho; do Ministro de Ciências e Tecnologia, Sérgio Resende; do Secretário de Ciências e Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro, Alexandre Cardoso; do Secretário Nacional de Educação a Distância, Professor Carlos Eduardo Bielschowsky; da Presidente da Fundação Cecierj / Consórcio Cederj, Profª Masako Masuda; do Vice-presidente da Divulgação Científica, Profº Paulo Cezar Arantes; Prefeito do Município de Duque de Caxias, Washington Reis entre outras autoridades.

As visitas são gratuitas e têm como objetivo popularizar a ciência, a partir de ambientes não-formais de educação. A lona pode ser transformada em um moderno auditório, dotado de equipamentos multimídia, o que permite a realização de palestras, oficinas de capacitação profissional e projeção de vídeos, além de transportar experimentos científicos e kits educativos de diferentes áreas do conhecimento, como saúde, meio ambiente e história.

Mais informações pelo telefone (21) 2299-9618.

15 agosto 2007

Projeto Lona da Ciência será inaugurado sexta-feira em Duque de Caxias.

Os moradores de Duque de Caxias entre os dias 17 e 25 de agosto poderão observar o céu com telescópios e assistir a vídeos científicos. O prefeito Washington Reis juntamente com o Ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, o governador Sergio Cabral, o Secretário Nacional de Educação a Distância, Carlos Eduardo Bielschovsky, e o secretário estadual de Ciência e Tecnologia Alexandre Cardoso lançam sexta-feira (17/08) no município o projeto Lona da Ciência. O inauguração do projeto será às 10h30, na Praça da Apoteose, no bairro Vila São Luiz.

A Caravana da Ciência visitará municípios que não têm acesso às atividades científicas e culturais. Os moradores ainda podem visitar o planetário inflável e participar de oficinas sobre vida e saúde, parceria do Museu da Vida da Fiocruz.

Um dos destaques é a exposição interativa, que vai despertar muito interesse entre os alunos pelo caráter interativo e lúdico. Os visitantes poderão manusear experimentos e relacionar os efeitos com as situações que eles vivenciam no dia-a-dia.

Simultaneamente a Prefeitura vai promover no local o programa Governo em Casa que presta atendimentos gratuitos à população.

Fonte: Secretaria de Comunicação e Eventos de Duque de Caxias
Site Relacionado: www.duquedecaxias.rj.gov.br

Imbariê: Cursos técnicos à distância usam 1ºs computadores originários dos caça-níqueis

As primeiras 11 máquinas caça-níqueis, do total de cerca de mil apreendidas pela Receita Federal e transformadas em computadores pela Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), foram entregues na manhã deste sábado (4/8), ao Centro de Educação Tecnológica e Profissionalizante (Cetep) Imbariê, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Presente ao evento, o secretário de Ciência e Tecnologia, Alexandre Cardoso, ministrou a aula inaugural dos cursos profissionalizantes à distância da Faetec, em parceria com a Fundação Cecierj/Consórcio Cederj.

Sobre a estimativa de que até o final deste ano, somente no estado do Rio de Janeiro, cerca de duas mil máquinas sejam apreendidas, Cardoso disse esperar que nenhuma seja destruída.

– A estimativa para todo o Brasil é de que sejam confiscadas, até o fim de 2007, cerca de 100 mil máquinas. Espero que todas elas fiquem à disposição da educação e da inclusão digital – ressaltou o secretário.

De acordo com o fundador e presidente do Comitê para a Democratização da Informática (CDI), Rodrigo Baggio, a iniciativa inovadora também ajuda a resolver uma questão ambientalista: a do lixo tecnológico.

– A idéia é inovadora também pelo fato de não termos que lidar com sucatas jogadas sabe-se lá onde. Uma vez convertidas, serão úteis a programas educacionais e de cidadania – disse, concluindo que o componente tecnológico é apenas um, mas a metodologia, o acompanhamento e a gestão são fundamentais para a eficiência do projeto.

Para a professora do Cetep Imbariê, Midiam do Nascimento, a iniciativa é também uma oportunidade de transformar vício em virtude.

Fonte:
Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado do RJ
Site relacionado: www.cienciaetecnologia.rj.gov.br

14 agosto 2007

Estudo aponta que acesso gratuito à internet atinge poucas pessoas no país

O desempregado Sérgio Oliveira, de 45 anos de idade, começou a descobrir o mundo da informática na cidade de Ceilândia, a 30 quilômetros de Brasília, por meio de um projeto de inclusão digital e de acesso a tecnologias da informação chamado Casa Brasil.
Há três semanas freqüentando aulas de informática, ele conta que ainda não conseguiu assimilar o conteúdo, pois considera o curso superficial.


Brasília - “Para quem não tem acesso é muito válido, porque as pessoas mais carentes têm a possibilidade acesso a internet. Estou tentando adquirir mais conhecimentos. É muito cheio de siglas e superficial. Se fosse mais popular, a gente pegaria melhor o conteúdo. Falta material pra a gente acompanhar melhor o que o professor está falando na aula”.

Embora tenha dificuldades em lidar com a tecnologia, Oliveira é um dos poucos a terem acesso gratuito à internet no Brasil. Segundo uma pesquisa da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), as iniciativas de democratização do acesso à rede mundial de computadores atingem uma pequena parcela da população.

O estudo foi feito em parceria com o Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Sangari, com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2005.

De acordo com o levantamento, somente 2,1% das pessoas com idade a partir de 10 anos disseram ter freqüentado um centro gratuito; 10,5% usaram a rede em domicílio; e 4,6% em centros pagos. Dentre o grupo menor renda, apenas 0,9% utilizou centros gratuitos frente aos 4,5% da população mais rica.

Na escola, o uso da internet também é baixo. Segundo a pesquisa, apenas 5,4% da população com 10 anos de idade ou mais declararou usar a internet na escola.

Apesar do baixo índice, o secretário de Educação a Distância do MEC, Carlos Eduardo Bielschowski, está otimista com a possibilidade de instalação de laboratórios de informática em todas as 142 mil as escolas públicas do país até 2010. A meta está no Plano Nacional de Educação.

De acordo com ele, atualmente todas as escolas do ensino médio do Brasil têm acesso a laboratórios de informática. “Vamos atualizar esses laboratórios. Junto com os estados, vamos oferecer mais capacitação e mais conteúdo”.

No caso das escolas do ensino fundamental, em 2008 deverão ser entregues 13,5 mil laboratórios de informática. “Existe uma mudança na estratégia. Estamos privilegiando os municípios mais carentes do ponto de vista educacional”.

Segundo ele, a exclusão digital é “gravíssima”, mas o primeiro passo é promover a “alfabetização digital” nas escolas.

O sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, da Ritla, avalia que a proposta do Plano Nacional de Educação pode ajudar, mas não resolve totalmente a o problema da exclusão digital.

“Tem muita gente que não vai à escola e precisa da internet. Precisa das duas políticas, na escola e social, com centros de inclusão digital como existem no Peru e na Argentina, que são subsidiados pelo governo em vários locais públicos e por preços muito baixos”.

Na opinião dele, falta uma política nacional de inclusão digital. “Praticamente não temos uma política nacional de inclusão digital. Temos alguns programas, públicos e privados, mas são poucos e insuficientes”.

Fonte: Agencia Brasil

12 agosto 2007

ONG utiliza Informática para ajudar na capacitação de moradores de favelas

Cláudio Motta - O Globo


RIO - Outras histórias, além das relacionadas ao tráfico de drogas, incursões da polícia ou violência, estão sendo contadas nas favelas. Elas relatam mudanças na vida de quem conseguiu com a informática melhores empregos, novos desafios e outras perspectivas. Nessa trama, um dos protagonistas é o Comitê para Democratização da Informática (CDI). A ONG, presente em 19 estados brasileiros e no exterior, capacita 62 mil pessoas por ano em 840 Escolas de Informática e Cidadania (EICs).

A inclusão digital vai além das aulas de informática. Mais do que usar a máquina, o entendimento da realidade do aluno, a geração de renda e mobilização comunitária são fundamentais. De acordo com Rodrigo Baggio, diretor executivo do CDI, a tecnologia é um fator de inserção numa sociedade cada vez mais digital.

- Além da capacitação profissional, a internet traz uma grande oportunidade de lazer, entretenimento e educação. É fundamental combater o apartheid digital - defende.

Especialistas elogiam a iniciativa. Segundo o economista André Urani, a informática em favelas é um mercado com potencial:

- O morador da Maré não consegue ir ao Jacarezinho por causa da violência. Pela pela internet pode. E vai mais longe, isso abre a a cabeça.



A dor de perder um irmão assassinado em confrontos relacionados ao tráfico de drogas. Os dias passados sobre lajes sem atividades produtivas, num tempo em que consumia drogas e quase participou da venda delas. Esse era o mundo de Alessandro Rodrigues Neves, de 23 anos, antes de aprender informática no Morro dos Macacos. Hoje, é especialista em montagem e manutenção de micros na ONG Ceaca Vila, parceira do CDI, e pretende cursar uma faculdade da área:

- Fiz muita besteira, mas me interessei por informática e hoje sou responsável técnico por 185 computadores.



Sou um exemplo para a comunidade.

08 agosto 2007

Inclusão digital no Brasil é ruim, diz estudo

BRASÍLIA - O Brasil tem muitos programas de inclusão digital, mas eles não são suficientes.


A maioria destes programas conta com financiamento estatal, mas esses planos são insuficientes para superar as amplas desigualdades no acesso às novas tecnologias, segundo demonstrou um estudo.


O ritmo lento da promoção do acesso da população brasileira mais pobre à informática e à Internet fará com que o país leve décadas para alcançar os níveis de uso das novas tecnologias nos países avançados, segundo o trabalho "Mapa das Desigualdades Digitais".


O estudo, elaborado pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), junto com o Ministério da Educação e o Instituto Sangari, diz que o atual quadro de disparidades regionais e sociais do acesso à Internet no Brasil pode se agravar no futuro se não houver medidas do Estado.


"Há uma preocupante fragmentação e setorização das estratégias de inclusão digital, pela ausência de uma política pública do Estado que estabeleça as metas, as estratégias, os investimentos necessários buscando diminuir as desigualdades existentes", informa o relatório.


Recentemente, o governo federal anunciou investimentos de 400 milhões de dólares até 2010 para levar ferramentas de informática a 130 mil escolas públicas.


Um trabalho anterior da Ritla sobre tecnologia da informação na educação havia demonstrado que a falta de infra-estrutura e a violência nas periferias mais carentes impediam a superação da exclusão digital.


Os dados sobre o acesso à Internet no país mostram ainda uma reprodução da exclusão social reinante. Assim, nos Estados mais pobres, como Alagoas, o acesso à Internet de setores socialmente marginalizados, como a maioria da população negra, é de apenas 0,5 por cento do total do grupo.


No outro extremo, 77 por cento dos brancos no Distrito Federal têm acesso à Internet. A capital é a região do país com maior índice de desenvolvimento humano.



Fonte: Reuters

07 agosto 2007

Caça-níqueis que educam



Máquinas caça-níqueis apreendidas em operações policiais viram instrumento de educação. As peças foram reaproveitadas e já fazem parte de um projeto de inclusão digital.

As mãos que agora usam as máquinas apostam no futuro. O computador voltado para a educação é uma oferta de possibilidades. As primeiras máquinas caça-níqueis transformadas em ferramenta escolar chegaram, neste sábado, à Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

As máquinas serão usadas também em cursos técnicos a distância em várias áreas, como eletroeletrônica, hidráulica e promoção de vendas. “Até o fim de 2007, nós teremos, no estado do Rio, entre 1,5 mil e 2 mil máquinas recicladas. Eu espero nenhum desses mais de 50 mil caça-níqueis apreendidos sejam destruídos, e que todos fiquem à disposição da educação e da inclusão digital”, concluiu o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Alexandre Cardoso.

Secretário Alexandre Cardoso recebe doação da Peugeot-Citröen em evento no Pálacio Guanabara

Um grande evento reuniu o secretário de Ciência e Tecnologia, Alexandre Cardoso, o governador Sérgio Cabral e o diretor-geral Mercosul da PSA Peugeot-Citroën, Vincent Rambaud, dentre outras autoridades, no Jardim de Inverno do Palácio Guanabara, nesta quinta-feira, dia 2 de agosto, para a doação de dois carros – um Citroën C3 e um Peugeot 206 -, oito motores – quatro flex e quatro a gasolina -, e equipamentos automotivos à Faetec (Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro), órgão vinculado à Secretaria de Ciência e Tecnologia. A doação será utilizada por alunos da Escola de Mecânica da Faetec.

“Não adianta formarmos profissionais que aprendem em carros com carburador. Há pelo menos cinco anos não se fabricam carros no Brasil sem injeção eletrônica. Os alunos da mecânica da Faetec agora poderão estar preparados realmente para o mercado de trabalho. Estamos formando nossos Centros Vocacionais Tecnológicos (CVTs) e planejamos em um ano formar 100 mil profissionais técnicos.”, disse, em seu discurso, o secretário Alexandre Cardoso.

O governador Sérgio Cabral concordou: “É fundamental o Estado investir em escolas técnicas em função, inclusive, dos investimentos cada vez maiores que estão sendo realizados no Estado do Rio. Em um futuro bem próximo, empresas siderúrgicas, como a ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico, de metal-mecânica, como a própria PSA Peugeot-Citroën, e do pólo petroquímico de Itaboraí, além do setor naval e petroleiro, vão necessitar de mão-de-obra especializada” observou.

O diretor geral da PSA Peugeot-Citroën, Vincent Rambaud, disse que embora o presente doado ao governo do Estado seja “modesto, a ocasião é especial”.

- Estamos contribuindo para o êxito da indústria no Rio de Janeiro. E isso se faz, mais do que com investimentos, com o sucesso de homens e mulheres que trabalham com competência, capacidade técnica e know-how na montadora – disse Rambaud.

Também estiveram presentes, entre outras autoridades, Nelson Massini, presidente da Faetec, Ruy Marques, presidente da Faperj, e os secretários Noel de Carvalho, de Habitação, e Júlio Lopes, de Transportes.