28 março 2007

Brasil empaca em índice global de tecnologia

País cai uma posição e ocupa 53º lugar em lista com 122 nações.
Argentina e Peru se destacaram pela melhora na classificação.


No ranking de desenvolvimento tecnológico com 122 nações de todo o mundo, o Brasil aparece na 53ª posição, revela um estudo do Fórum Econômico Mundial divulgado nesta quarta-feira (28), referente ao período de 2006 e 2007. Na pesquisa anterior, o Brasil apareceu em 52º lugar, enquanto nos anos anteriores suas posições eram melhores: 46º (2004/2005) e 39º (2003/2004). O documento classificou a aparição mais recente do Brasil como “estável”.
O indicador NRI (Network Readiness Index) mede a capacidade dos países em utilizar as Tecnologias de Comunicação e Informação (TCI) para desenvolver e aumentar sua competitividade. Entre os itens analisados estão a estrutura tecnológica, além da disponibilidade de uso da tecnologia para indivíduos, empresas e governos.

Apesar de o Brasil ter caído uma posição, outros países da América do Sul conseguiram melhorar sua participação no ranking: esse foi o caso da Argentina (63ª, contra 71ª) e do Peru (78ª, contra 85ª). Essa mesma tendência foi vista na América Central, como mostram os números da Jamaica (45ª; ante a 54ª posição anterior), Costa Rica (56ª; 69ª), República Dominicana (66ª; 89ª) e Guatemala (79ª; 97ª).

“Os resultados registrados na América Latina parecem indicar a diminuição da diferença digital entre essas e outras regiões de mais sucesso tecnológico, mas com um nível similar de desenvolvimento, como a Ásia e a Europa Oriental”, afirmou Irene Mia, membro do Fórum Econômico Mundial e co-autora do estudo. “As estratégias adotadas e implementadas na região na última década (...) começaram a dar frutos e permitir que a América Latina melhorasse as Tecnologias de Comunicação e Informação de maneira efetiva”, continuou.

Por outro lado, lembra o relatório, ainda há muitos desafios para a região. Entre eles, a melhora dos sistemas educacionais e de treinamento, além de maiores investimentos em pesquisa e desenvolvimento. As “nações exemplares”, que conseguiram cumprir essas recomendações e ocupar as dez primeiras posições, são Dinamarca, Suécia, Cingapura, Finlândia, Suíça, Holanda, Estados Unidos, Islândia, Reino Unido e Noruega, respectivamente.

23 março 2007

IBGE contou 32,1 milhões de usuários da internet no país

Vinte e um por cento(32,1 milhões) da população de 10 anos ou mais de idade acessaram pelo menos uma vez a Internet em algum local - domicílio, local de trabalho, estabelecimento de ensino, centro público de acesso gratuito ou pago, domicílio de outras pessoas ou qualquer outro local - por meio de microcomputador. As informações fazem parte do suplemento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD de 2005 sobre acesso à Internet e posse de telefone móvel celular para uso pessoal. O levantamento, realizado pelo IBGE, em parceria com o Comitê Gestor da Internet no Brasil - CGI.br, mostrou também que o rendimento, o nível de instrução e a idade apresentam reflexos evidentes no acesso à Internet. Dentre os 32,1 milhões de pessoas que acessaram a Internet, em 2005, a maior parte era de homens(16,2 milhões), tinha entre 30 a 39 anos (5,8 milhões), 13,9 milhões eram estudantes, 20 milhões integravam a população ocupada e 4,2 milhões era de trabalhadores de serviços administrativos.

Segundo a pesquisa, os internautas tinham em média 28 anos de idade, 10,7 anos de estudo e um rendimento médio mensal domiciliar per capita de R$1.000,00. Além disso, metade dos internautas utilizou a rede no domicílio em que morava e 39,7% em seu local de trabalho. A conexão discada à Internet mostrou-se mais difundida que a banda larga.




Distrito Federal tinha o dobro do percentual nacional de internautas

Aproximadamente 32,1 milhões de pessoas, que representavam 21% da população de 10 anos ou mais de idade do país, acessaram pelo menos uma vez a Internet em algum local (domicílio, local de trabalho, estabelecimento de ensino, centro público de acesso gratuito ou pago, domicílio de outras pessoas ou qualquer outro local), por meio de microcomputador. O percentual de internautas na população masculina ficou em 22,0%, um pouco acima do indicador referente ao contingente feminino (20,1%). Os percentuais de pessoas que acessaram a rede nas Regiões Norte (12,0%) e Nordeste (11,9%) foram inferiores aos verificados nas Regiões Sudeste (26,3%), Sul (25,6%) e Centro-Oeste (23,4%). O maior percentual de internautas foi encontrado no Distrito Federal (41,1%), sendo que este resultado ficou distanciado dos dois seguintes, que foram os de São Paulo (29,9%) e Santa Catarina (29,4%). No outro extremo, os menores valores desse indicador foram os de Alagoas (7,6%) e Maranhão (7,7%) – três vezes menor que a média nacional. Nas regiões metropolitanas, a defasagem entre o máximo e o mínimo desse indicador foi menor. O mais baixo foi o da Região Metropolitana de Belém (19,2%), única abaixo da média nacional, e o maior, da Região Metropolitana de Curitiba (34,8%).



1/3 dos jovens de 15 a 17 anos eram internautas

Os usuários da Internet apresentaram perfil bastante distinto daquele das pessoas que não utilizaram a rede. As diferenças entre esses dois grupos se tornam evidentes no confronto de suas características de idade, nível de instrução e rendimento. A idade média da população de 10 anos ou mais de idade, usuária da Internet, situou-se em 28,1 anos, sendo expressivamente menor que a das pessoas que não usaram esta rede (37,5 anos).

A pesquisa verificou que a utilização da Internet estava mais concentrada nos grupos etários mais jovens. No grupo de 15 a 17 anos de idade, 33,9% das pessoas acessaram essa rede, sendo este resultado maior que os das demais faixas etárias. Esse percentual foi declinando com o aumento da faixa de idade, atingindo 7,3% no contingente de 50 anos ou mais de idade. A proporção de pessoas que acessaram a Internet no grupo etário de 10 a 14 anos (24,4%), ficou acima daqueles das idades a partir de 30 anos, tanto na parcela feminina como na masculina.

76,2% das pessoas com 15 anos ou mais de estudo acessavam a Internet

O nível de instrução dos internautas foi bem mais elevado que o das pessoas que não utilizaram a rede. O número médio de anos de estudo dos usuários da Internet foi de 10,7 anos, enquanto o das pessoas que não utilizaram esta rede ficou em 5,6 anos. Quanto mais elevado era o nível de instrução, maior foi a proporção de usuários da Internet. Enquanto 2,5% das pessoas sem instrução ou com menos de 4 anos de estudo acessaram a Internet, no contingente com 15 anos ou mais de estudo este percentual alcançou 76,2%.

O nível do rendimento médio mensal domiciliar per capita das pessoas que utilizaram a Internet foi também mais elevado que o daquelas que não acessaram esta rede. O rendimento das pessoas que não utilizaram a Internet ficou em R$ 333,00, representando um terço daquele dos indivíduos que acessaram a esta rede (R$ 1 000,00). A proporção de pessoas que acessaram a Internet foi crescente com o aumento da faixa de rendimento mensal domiciliar per capita. Na faixa de sem rendimento a ¼ do salário mínimo de rendimento mensal domiciliar per capita 3,3% eram usuários da Internet, enquanto na de mais de 5 salários mínimos este percentual atingiu 69,5%.

35,9% dos estudantes eram internautas

A proporção de pessoas que acessaram a Internet na população dos estudantes (35,9%) foi mais do que o dobro daquela do contingente que não se enquadrava nesta condição (16,0%). Somente no Distrito Federal (57,5%) e em São Paulo (51,2%), mais da metade dos estudantes acessavam a Internet. O distanciamento entre esses dois indicadores foi acentuado tanto na população masculina (35,6% e 17,3%, respectivamente) como na feminina (36,1% e 14,7%, respectivamente).

A pesquisa do IBGE revelou, também, que o percentual de pessoas que acessaram a Internet na população ocupada (22,9%) superou o do contingente que não tinha trabalho (18,5%). Constatou-se, ainda, que a proporção de mulheres que utilizaram a Internet na população ocupada feminina (24,7%) foi substancialmente mais elevada que a da não-ocupada (16,2%). Entre os homens, o indicador referente à parcela não-ocupada (22,7%) superou o da ocupada (21,6%), ainda que tenham ficado pouco distanciados.


Entre os profissionais das ciências e das artes, 72,8% acessavam a Internet

O percentual de pessoas que utilizaram a Internet no grupamento formado pelos profissionais das ciências e das artes alcançou 72,8%, situando-se no patamar mais alto. Em seguida, vieram os dos grupamentos dos trabalhadores dos serviços administrativos (59,3%) e dos dirigentes em geral (58,0%) e, depois, os dos membros das forças armadas e auxiliares (52,9%) e dos técnicos de nível médio (51,9%). Os demais grupamentos apresentaram percentuais abaixo de 22%, sendo o do grupamento dos trabalhadores agrícolas (1,7%) destacadamente o menor.

Nos grupamentos de atividade que concentravam grande massa de trabalhadores de menor escolaridade as proporções de pessoas que acessaram à Internet, em algum local, foram as mais baixas. Essa proporção ficou em 1,8% no grupamento agrícola, 4,0% no dos serviços domésticos e 9,1% no da construção. Por outro lado, nos grupamentos em que parcela considerável dos seus trabalhadores desenvolvia tarefas que demandavam mais formação educacional ou o próprio uso da Internet para o desenvolvimento do trabalho, os percentuais foram mais elevados. Esse indicador atingiu 47,3% no grupamento da administração pública, 47,5% no da educação, saúde e serviços sociais e 57,9% no das outras atividades (intermediação financeira, seguros, previdência privada, atividades de informática, pesquisa e desenvolvimento etc.).




Entre militares e funcionários públicos, 47,7% eram Internautas

A proporção de usuários da Internet também foi diferenciada em função das posições na ocupação e categorias do emprego em que as pessoas se inseriam no mercado de trabalho. O contingente formado pelos militares e funcionários públicos estatutários, foi o que apresentou o mais elevado percentual de pessoas que acessaram à Internet (47,7%), vindo em seguida a dos empregadores (40,6%) e, depois, o do contingente das pessoas com carteira de trabalho assinada (32,6%). No outro extremo, 1,8% dos trabalhadores na produção para o próprio consumo ou na construção para o próprio uso utilizaram a Internet. Esse indicador ficou em 17,5% na categoria das pessoas com emprego não-registrado, 12,1% no contingente de trabalhadores por conta própria e 9,1% no dos não-remunerados. Pode-se perceber que o nível de instrução dessas categorias se refletiu claramente nesse indicador. A categoria dos militares e funcionários públicos estatutários foi a que deteve o mais elevado nível de instrução, vindo, em seguida, o dos empregadores e, depois, o das pessoas com carteira de trabalho assinada. O contingente dos trabalhadores na produção para o próprio consumo ou na construção para o próprio uso foi o que apresentou o mais baixo nível de escolaridade.

Metade dos internautas utilizava a rede no próprio domicílio

A pesquisa investigou também o local de acesso à Internet e os resultados mostraram que 52,4% dos internautas utilizou mais de um deles no período de referência dos últimos três meses de 2005. No total de pessoas que utilizaram a Internet, metade (16,1 milhões) acessou no domicílio em que morava e 39,7% em seu local de trabalho. O uso da Internet em centro público de acesso gratuito foi o que apresentou o menor percentual (10,0%), representando menos da metade do referente à utilização em centro público de acesso pago (21,9%). O acesso em estabelecimento de ensino atingiu 25,7%.

Confrontando os resultados por sexo, verificou-se que, na população masculina que acessou à Internet, as proporções de usuários que a utilizaram no local de trabalho (43,5%) e em centro público de acesso pago (24,1%) foram substancialmente mais elevadas que as do contingente feminino (35,8% e 19,6%, respectivamente). Por outro lado, o percentual de mulheres usuárias da Internet que a utilizaram em estabelecimento de ensino (27,8%) suplantou o dos homens (23,6%).

Os números de pessoas que utilizaram a Internet foram bastante distintos em função das finalidades para as quais a acessaram. Na população de 10 anos ou mais de idade, as maiores proporções foram as das pessoas que acessaram à Internet com as finalidades de educação e aprendizado (71,7%) e comunicação com outras pessoas (68,6%) e a menor foi a das que usaram esta rede para comprar ou encomendar bens e serviços (13,7%).



Os usuários da Internet se distinguiram sensivelmente, em termos de várias características (tais como, idade, nível de instrução, rendimento etc), ao se considerar as finalidades do acesso a esta rede. A mais alta idade média foi a das pessoas que usaram a Internet para efetuar transações bancárias e financeiras (35,8 anos), vindo em seguida a das que a acessaram para interagir com autoridades públicas ou órgãos do governo (35,1 anos) e comprar ou encomendar bens ou serviços (34,2 anos). Essas três idades médias ficaram sensivelmente distanciadas daquelas das pessoas que acessaram para as demais finalidades. A menor idade média foi a das pessoas que utilizaram a Internet para atividades de lazer (24,8 anos). Em todas as finalidades, as idades médias das mulheres ficaram um pouco abaixo das referentes aos homens.



Na população dos estudantes usuários da Internet, a proporção dos que a utilizaram para educação e aprendizado foi destacadamente a mais elevada (90,2%), vindo depois, mais distanciadas, as dos que a acessaram para comunicação com outras pessoas (69,7%) e atividades de lazer (65,5%). A proporção dos estudantes que a acessaram para a leitura de jornais e revistas alcançou 40,7% e as referentes às demais finalidades ficaram abaixo de 20%.

No contingente dos usuários da Internet que não eram estudantes, o maior percentual foi o das pessoas que acessaram a esta rede para comunicação com outras pessoas (67,8%), vindo, em seguida, as dos indivíduos que a utilizaram para educação e aprendizado (57,5%), leitura de jornais e revistas (51,7%) e atividades de lazer (45,7%).


Não ter acesso a microcomputador era principal motivo para não utilizar a rede

A impossibilidade de acesso ao microcomputador foi o principal motivo alegado pelas pessoas que não utilizaram a Internet (37,2%). Entre os estudantes, não acessaram a rede por esta razão aproximadamente metade deles (50,6%). A parcela das pessoas que não usaram a Internet por não acharem necessário ou por não quererem ficou em 20,9% e a das que não sabiam utilizar a rede, em 20,5%. Entre as três principais razões para a não-utilização citadas acima, os maiores percentuais foram registrados no Distrito Federal (51,6% alegaram não ter acesso a microcomputador); Santa Catarina (28,7% não acharam necessário ou não queriam), e no Amazonas (41,3% não sabiam utilizar). A parcela de pessoas que não utilizaram a Internet devido ao alto custo dos microcomputadores alcançou 9,1%.



Os motivos para as pessoas não acessarem a Internet variaram de acordo com o rendimento médio mensal domiciliar per capita. Entre as pessoas que não acessaram devido ao microcomputador existente no domicílio não estar conectado à Internet, o rendimento era de R$ 559,00. Já as pessoas que não achavam necessário ou não queriam, tinham rendimento mensal domiciliar per capita de R$ 481,00, e as que não acessaram devido ao fato de que o microcomputador que usavam em outro local não estar conectado à Internet (R$ 411,00), enquanto os menores rendimentos foram os dos indivíduos que não a utilizaram por não terem acesso a microcomputador (R$ 277,00) e devido ao custo do microcomputador ser alto (R$ 261,00).

Mais de um terço dos internautas acessavam uma vez ou mais por dia

A PNAD Internet mostrou, também, que a maior parte dos internautas acessou a rede pelo menos uma vez por semana, mas não todo dia (47,3%); mais de um terço (36,3%) pelo menos um vez por dia; 11,7% pelo menos uma vez por mês, mas não toda semana. Os percentuais de usuários da Internet que a utilizaram pelo menos uma vez ao dia foram maiores no Centro-Oeste (39,6%), Sudeste (38,6%) e Sul (37,7%); e menores nas regiões Norte (26,2%) e Nordeste (27,6%). As Unidades da federação que apresentaram os menores percentuais de pessoas que a acessaram a rede com mais intensidade (pelo menos uma vez por dia) foram o Piauí (16,7%), Amapá (17,4%) e Roraima (18,8%). No outro extremo e destacado dos resultados das demais unidades da federação, situou-se esse indicador do Distrito Federal (47,8%).

Os homens acessaram a Internet com mais freqüência do que as mulheres. No contingente masculino, 38,8% utilizaram a rede pelo menos uma vez por dia, enquanto no feminino este percentual ficou em 33,7%. Esse comportamento ocorreu em todas as grandes regiões. A pesquisa demonstrou, ainda, que os jovens acessaram a rede com menor intensidade do que os mais velhos. No contingente de usuários da Internet de 10 a 17 anos de idade, 24,1% utilizaram essa rede pelo menos uma vez por dia, enquanto na faixa etária de 40 anos ou mais, este percentual subiu para 45,3%.



Conexão discada era mais freqüente do que a banda larga

Na população de 10 anos ou mais de idade usuária da Internet no domicílio em que morava, no período de referência dos últimos três meses, 52,1% tinha somente a conexão discada, 41,2% unicamente por banda larga e 6,7% ambas as formas de acesso. A Região Centro-Oeste foi a única em que a proporção de pessoas que tinham somente a conexão discada (38,7%) foi menor que a das que dispunham unicamente da banda larga para acessar a Internet (57,1%) e a Nordeste foi a que apresentou os resultados mais próximos (47,1% para a conexão discada e 46,2% para a ligação por banda larga).

Observou-se que, à medida que crescia o rendimento mensal domiciliar, aumentava o percentual de pessoas que tinham conexão à Internet no domicílio somente por banda larga. No contingente de pessoas sem rendimento a 1 salário mínimo de rendimento mensal domiciliar per capita que acessaram no seu domicílio, 20,0% utilizaram somente a banda larga e, na faixa de mais de 5 salários mínimos, esta proporção atingiu 59,8%. A pesquisa verificou que o usuário com banda larga acessa a Internet mais vezes que aqueles de acesso discado

Distrito Federal tinha maior percentual de pessoas com celulares e Maranhão o menor

A posse de telefone móvel celular para uso pessoal mostrou-se mais difundida na população do que o acesso à Internet. No total de pessoas de 10 anos ou mais de idade, 36,7% (56 milhões) tinham telefone móvel celular para uso pessoal. As proporções de pessoas que possuíam telefone móvel celular para uso pessoal nas regiões Sul (47,6%) e Centro-Oeste (47,5%) foram as mais elevadas, vindo em seguida o Sudeste (41,0%). Os resultados foram muito menores nas regiões Norte (26,8%) e Nordeste (23,8%). Nas unidades da federação, o Distrito Federal deteve o mais elevado percentual de pessoas que tinham telefone celular para uso pessoal (66,3%), seguido do Rio Grande do Sul (54,7%). No outro extremo, os menores percentuais desse indicador foram os do Maranhão (14,2%) e Piauí (16,8%). Nas regiões metropolitanas o distanciamento entre os valores extremos foi menor. Os mais baixos percentuais foram os das Regiões Metropolitanas de Fortaleza (40,0%) e Belém (40,7%) e o maior, destacado dos demais, foi o da Região Metropolitana de Porto Alegre (63,3%). O percentual de homens que tinham telefone celular (38,2%) foi maior do que o de mulheres (35,4%) e quase a metade(49,4%) das pessoas da faixa etária de 25 a 29 anos tinham este tipo de aparelho de comunicação. Esse percentual ficou em 19,3% na faixa etária de 10 a 14 anos, e 16,9%, na de 60 anos ou mais de idade. Este comportamento foi observado em todas as grandes regiões, exceto na Sul, em que o máximo desse indicador ocorreu na faixa de 20 a 24 anos de idade.



A pesquisa mostrou que escolaridade e rendimento domiciliar foram fatores que influenciaram na posse do telefone celular. O número médio de anos de estudo das pessoas que tinham telefone móvel celular para uso pessoal foi 9,2 anos, enquanto o das que não o possuíam 5,2 anos. Entre as pessoas sem instrução ou com menos de 1 ano de estudo, apenas 8,5% tinham telefone móvel celular, enquanto no dos indivíduos com 15 anos ou mais de estudo este percentual atingiu 82,9%.

O rendimento médio mensal domiciliar per capita das pessoas que possuíam telefone móvel celular para uso pessoal alcançou R$ 772,00 enquanto o das que não tinham este tipo de telefone ficou em R$ 299,00. Na faixa de sem rendimento a ¼ do salário mínimo de rendimento mensal domiciliar per capita, a proporção de pessoas que tinham telefone móvel celular para uso pessoal situou-se em 10,4% e, na de mais de 5 salários mínimos, atingiu 82,1%.

Nos contingentes de estudantes e não-estudantes, as proporções dos que tinham telefone celular para uso pessoal ficaram no mesmo nível (36,3% e 36,9%, respectivamente). O telefone móvel celular para uso pessoal mostrou-se muito mais difundido na população ocupada do que na não-ocupada, fato este observado para ambos os sexos e em todas as Grandes Regiões. No Brasil, as pessoas que tinham esse tipo de telefone representaram 44,4% da população ocupada e 26,6% da que não era ocupada.

Na população ocupada, o grupamento dos trabalhadores agrícolas foi o que deteve a menor proporção de pessoas que tinham telefone móvel celular para uso pessoal (12,4%), que se situou distanciada da segunda mais baixa que foi a do grupamento dos trabalhadores dos serviços (36,7%). As maiores proporções de pessoas ocupadas que tinham este tipo de telefone foram a dos grupamentos dos dirigentes em geral (79,1%), profissionais das ciências e das artes (78,4%) e membros das forças armadas e auxiliares (76,4%). Em um segundo nível, situaram-se as proporções referentes aos grupamentos dos trabalhadores de serviços administrativos (69,6%) e dos técnicos de nível médio (69,2%).

16 março 2007

Secretaria faz centros de capacitação na Baixada Fluminense

As prefeituras dos 14 municípios da Baixada Fluminense começam, nesta segunda-feira, 12 de março, a escolher os locais onde serão implantados os primeiros Centros Vocacionais Tecnológicos (CVTs), um projeto apresentado aos governos municipais da região pelo secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Alexandre Cardoso, na quinta-feira da semana passada, 8 de março. Idealizados para capacitar a mão-de-obra local a partir da vocação de cada região, os CVTs vão dar à população a oportunidade de se inserir no mercado de trabalho e às empresas que planejam novos empreendimentos um banco de trabalhadores prontos para atuar. O governo federal já garantiu uma verba de R$ 9,2 milhões para a implantação dos módulos.
O modelo básico dos CVTs é de salas de 27 lugares, com TV e equipamento de projeção para as aulas teóricas, que, como sugeriu o secretário Alexandre Cardoso, poderão ser implantados em instalações das prefeituras. Uma vez garantidos o fornecimento de luz e água e a segurança pelos governos municipais, a Secretaria de Ciência e Tecnologia iniciará os cursos, através da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec). Para a escolha das aulas que serão disponibilizadas em cada CVT, serão levados em conta, além da vocação de cada região, os projetos programados para o local.

- Por exemplo, se um grande empreendimento está para ser implantado numa determinada região, precisamos pensar que, numa primeira fase, serão necessários profissionais aptos para atuar no processo de terraplanagem: por exemplo, operador de trator e de retroescavadeira. Depois, vem a construção, portanto, precisaremos formar pedreiros. Por fim, será preciso formar trabalhadores para a montagem eletro-mecânica - explicou o secretário Alexandre Cardoso.

Também com o objetivo de formar um banco de mão-de-obra capacitada no Estado, a Secretaria de Ciência e Tecnologia lançou o projeto Morar Com Dignidade, que, vai, ainda, garantir às comunidades carentes a oportunidade de fazer reformas de pequeno porte em residências. Voltado para formar profissonais de construção civil, o Morar Com Dignidade vai capacitar pedreiros e bombeiros hidráulicos, por exemplo, que farão seu treinamento prático nas comunidades vizinhas aos módulos onde os cursos serão ministrados.

- É triste ver que há residências em algumas comunidades em que as famílias vivem, às vezes, num único cômodo, e não têm nem um encanamento básico. O Morar Com Dignidade pode mudar isso. Os alunos poderão instalar o que falta, com a ajuda dos próprios moradores. Depois, vamos informar a outras regiões do Rio de Janeiro que temos esse banco de profissionais qualificados para fazer reformas. - detalhou o secretário.

Os cursos que formarão os trabalhadores do Morar Com Dignidade, como as dos CVTs, são gratuitos e também ficarão a cargo da Faetec.

15 março 2007

Computador de baixo custo "emperra" no varejo

As poucas experiências com computadores de baixo custo ("low cost PC") revelam dificuldades para a venda no varejo.

Há cerca de um ano e meio, a AMD, empresa americana de processadores e soluções, desenvolveu um computador mais popular e barato, o PIC (Personal Internet Communicator), também com fins de inclusão em nações emergentes.

Disponível no exterior a um preço entre US$ 200 e US$ 250 (R$ 840 no Brasil), o aparelho, no entanto, não vingou em vendas, o que levou a AMD a suspender a fabricação em 2006.

"Tivemos grandes dificuldades ao entrar no varejo [com o aparelho], esbarramos na questão do microcrédito", diz Otto Stoeterau, gerente de projetos da companhia no país.

Além da necessidade de financiamento ao consumidor de baixa renda, ele diz que o projeto deixou outras questões em aberto: "Os PCs estão cada vez mais acessíveis [...] Será que é necessário um PC do jeito como ele existe hoje para um projeto de inclusão digital?"

Juan Jimenez, vice da HP, diz que a empresa prefere apostar na redução gradativa do preço do PC do que na oferta menor de recursos e soluções para que ele fique acessível.

Críticas

Nicholas Negroponte, presidente da OLPC, tem outro conceito. Às críticas sobre limitações operacionais do "laptop de US$ 100", responde que o projeto tem fins educacionais e de inclusão, e não tecnológicos.

A visão é semelhante à de Reinaldo Sakis, do IDC Brasil. "No mercado da América Latina, o fator preço ainda é o principal. Para quem não tem nada, as necessidades são menores."

O analista, porém, faz um alerta. "O marketing terá que ser bem trabalhado pelas empresas, para o consumidor não se sentir enganado. Ele deverá ser informado de que terá um aparelho com poucas funções."

Apesar das vendas titubeantes e das incertezas quanto aos recursos do aparelho, Stoeterau diz acreditar no nicho. "No primeiro mês [de venda] no Brasil, tivemos 150 mil chamadas [o PIC era vendido no país só por telefone], o que demonstra que há demanda."

Modelos para inclusão digital também chegarão ao consumidor final

Os três modelos que serão avaliados pelo governo brasileiro para o projeto de computadores nas escolas prevêem a venda comercial, e não apenas para fins governamentais.

Nicholas Negroponte, presidente da organização sem fins lucrativos OLPC, disse à Folha --e em feira em Las Vegas na última semana-- que o "laptop de US$ 100" poderá ser explorado comercialmente de forma a financiar o seu envio a crianças de países pobres.

Em vez do preço próximo a US$ 150 (cerca de R$ 320) estimado para o equipamento, seria cobrado o dobro, justamente para pagar uma unidade extra. "Mas não teremos versão comercial até 2008", afirmou.

A princípio, os notebooks da OLPC serão produzidos pela taiwanesa Qanta, maior fabricante de PCs do mundo e empresa escolhida para o desenvolvimento do projeto.

A produção em massa deve começar provavelmente em agosto, e o número de laptops entregues pode chegar a 10 milhões em um período de 12 meses, disse o pesquisador.

O laptop de baixo custo com a plataforma desenvolvida pela Intel, denominada "classmate PC", deve chegar ao mercado no primeiro trimestre. No Brasil, a empresa acertou com a Positivo e a CCE como fabricantes do computador, cujo público-alvo são escolas, mas não só da rede pública. Estima-se que, nos EUA, o aparelho custe cerca de US$ 400 (R$ 850).

Ainda não há previsão para o mercado interno, embora a tendência seja de encarecimento devido a fatores como custos locais e importação de componentes.

A outra empresa que pretende fornecer ao governo, a indiana Encore, desenvolveu três modelos de PC de baixo custo. Ela deve formalizar uma parceria neste início de ano com uma das principais empresas nacionais em transmissores para TV e rádio, a Telavo, para fabricar os modelos no país.

O que mais se encaixa nos propósitos do governo é o Mobilis, lançado em 2004. O modelo, que opera com a plataforma Linux --bem como o da OLPC e o da Intel--, foi apresentado informalmente ao alto escalão do governo Lula durante o primeiro encontro de cúpula do Ibas (Índia, Brasil e África do Sul), em setembro passado, em Brasília.

A escolha da empresa representaria um impulso à cooperação Sul-Sul, uma das prioridades na política externa do segundo mandato de Lula.

Com incentivos do governo federal, o Mobilis custaria de R$ 350 a R$ 400, diz o americano Peter Knight, ex-economista-chefe do Banco Mundial no Brasil nos anos 80 e presidente da Telemática e Desenvolvimento, empresa que representa a Encore no país.

10 março 2007

Seis novos municípios brasileiros se tornarão cidades digitais

Brasília - Minicom vai implementar projeto piloto de inclusão digital e governo eletrônico em seis novos locais, com orçamento de R$ 9 milhões.

Seis novos municípios participarão do projeto piloto das cidades digitais, anunciou nesta quarta-feira (29/02) o Ministério das Comunicações. A iniciativa será implantada nestes locais por meio de um convênio com a Fundação Euclides da Cunha, da Universidade Federal Fluminense, no valor de 9 milhões de reais.

Participam do novo piloto as cidades de Almenara (MG), Lavrinhas (SP), Garanhuns (PE), Cacique Double (RS), Cidade de Goiás (GO) e Pindorama (TO). O ministério também avalia a possibilidade de incorporar ao estudo uma cidade fluminense. Atualmente o projeto funciona nas cidades de Piraí, no Rio de Janeiro, Tiradentes, Ouro Preto e uma área de Belo Horizonte.

O objetivo do ministério com a iniciativa é fazer estudos técnicos e experimentos para criar modelos de infra-estrutura para prover serviços de governo eletrônico e de inclusão digital, interligando prédios públicos e escolas municipais.

Com prazo previsto de um ano e meio, as pesquisas vão abranger o impacto das novas tecnologias de acesso sem fio na ampliação do acesso à internet; conteúdos de governo eletrônico; modelos de sustentabilidade que garantam o acesso gratuito à internet em instituições de interesse público e a exploração comercial dos serviços; o impacto dos modelos de exploração em função do marco regulatório atual; e a proposição de eventuais aperfeiçoamentos.

Cidades digitais são prioridade de governo em 2007, diz Minicom

São Paulo - Segundo ministro das Comunicações, parcerias com municípios, empresas públicas têm sido a base para os projetos piloto.

Entre as prioridades do governo federal para 2007 está o desenvolvimento de programas de inclusão, entre eles o desenvolvimento de cidades digitais, semelhantes à implantada o no município de Tiradentes (MG).

Segundo o ministro das Comunicações, Hélio Costa, parcerias com municípios, empresas públicas têm sido a base para os projetos piloto. No total, 20 cidades digitais devem ser incluídas no programas.

“A partir do mês que vem vamos trabalhar na implantação dessas cidades digitais, a começar pelo Ceará chegando até o Rio Grande do Sul”, comentou.

No município de Tiradentes foram instalados computadores em escolas, postos de saúde e órgãos públicos. As máquinas foram interligadas com tecnologia sem fio Mesh e permitem acesso à banda larga gratuita em todos os pontos disponíveis na cidade. O modelo pretende ser reproduzido nas demais cidades digitais.

07 março 2007

8 de Março - Dia Internacional da Mulher

Mundialmente vinculada às reivindicações femininas por melhores condições de trabalho, justiça e igualdade social, a passagem do Dia Internacional da Mulher, é um momento de reflexão sobre os abusos históricos contra as mulheres, mas também sobre as conquistas e mudanças sociais conseguidas.

Exemplo da violência recente sofrida pela mulher aconteceu este ano, em Anapu, no Pará, quando a irmã Doroty foi cruelmente assassinada por pistoleiros.

Ela lutava pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia e foi morta barbaramente em defesa dos ideais daqueles qua a tinham como mulher atuante.

Desvincular as lutas e conquistas da mulher a cada ano que passa não é possível, pois a própria criação do Dia Internacional da Mulher surgiu a partir de um episódio trágico, marcado e causado pela histórica repressão das mulheres.

Em 1857, 129 tecelãs de Nova Iorque foram mortas carbonizadas dentro da fábrica onde trabalhavam porque organizaram uma greve por melhores condições de trabalho e contra a jornada de doze horas.


No dia 08 de março de 1857, os patrões e a polícia trancaram

as portas e atearam fogo, matando as 129 operárias

carbonizadas dentro de uma tecelagem





A manifestação das operárias chamou a atenção na época por ser a primeira greve organizada exclusivamente por mulheres e pela tragédia do desfecho. Violentamente reprimidas pela polícia, as tecelãs refugiaram-se dentro da fábrica e no dia 8 de março de 1857, os patrões e a polícia trancaram as portas e atearam fogo, matando as 129 operárias carbonizadas.
A sensibilização da sociedade sobre o episódio e pelas causas femininas foram aumentando e foi em 1910 que surgiu a idéia de criar uma data para marcar as questões femininas e lembrar a morte das operárias. Durante a segunda Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, realizada na Dinamarca, a famosa ativista dos direitos femininos, Clara Zetkin, propôs que o 8 de março fosse declarado como o Dia Internacional da Mulher. Em 1911, mais de um milhão de mulheres se manifestaram, na Europa e a data passou a ser comemorada no mundo inteiro.







Exploração



O papel da mulher na sociedade começou a mudar a partir da Revolução Francesa (1789), quando as mulheres passaram atuar de forma significativa na sociedade. Exploração e limitação de direitos marcaram essa participação feminina e aos poucos foram surgindo movimentos pela melhoria das condições de vida e trabalho, a participação política, o fim da prostituição, o acesso à instrução e a igualdade de direitos entre os sexos.
Na segunda metade do século XVIII, com a Revolução Industrial a absorção do trabalho feminino pelas indústrias, como forma de baratear os salários, inseriu definitivamente a mulher na produção. Ela passou a ser obrigada a cumprir jornadas de até 17 horas de trabalho em condições insalubres e submetidas a espancamentos e humilhações, além de receber salários até 60% menores que os dos homens.
As manifestações operárias surgiram na Europa e nos Estados Unidos, tendo como principal reivindicação a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias. Em 1819, depois de um enfrentamento em que a polícia atirou contra os trabalhadores, a Inglaterra aprovou a lei que reduzia para 12 horas o trabalho das mulheres e dos menores entre 9 e 16 anos. Foi também a Inglaterra o primeiro país a reconhecer, legalmente, o direito de organização dos trabalhadores, com a aprovação, em 1824, do direito de livre associação e os sindicatos se organizaram em todo o país.
Com as mulheres engajadas nessas causas, muitas conquistas vieram e as poucos a classe feminina foi conquistando mais espaço, provando competência e força de trabalho. A cada geração as mulheres ficam mais independentes e, mesmo sem grupos organizados, as conquistas continuam. Mais do que uma luta pessoal, as mulheres - com consciência do poder da classe - também estão representadas junto às causas sociais, emitindo opiniões e reivindicando mudanças nos problemas das minorias.




Por quê 8 de Março ?




Neste dia, do ano de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica, para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas.


Estas operárias que, nas suas 16 horas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, se declarara um incêndio, e cerca de 130 mulheres morreram queimadas.


Em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como "Dia Internacional da Mulher".


De lá para cá o movimento a favor da emancipação da mulher tem tomado forma no mundo inteiro.



Objetivo da celebração de comemoração da data


Pretende-se chamar a atenção para o papel e a dignidade da mulher, levando a consciência e o respeito do valor humano na sociedade.



Assumir a importância que ocupa nos dias de hoje em quase todas as economias do mundo (apesar da submissão em países da África e do Oriente Médio) para se manifestar, contestar, protestar, opinar e lutar contra as limitações e opressões que vêm sendo impostos à mulher



Em 1917, após a morte de 2 milhões de soldados russos na I Guerra Mundial, mulheres russas protestaram pedindo "Pão e Paz".
Quatro dias depois, o governo provisório da Rússia deu às mulheres o direito de voto.
Esse dia era 23 de Fevereiro pelo calendário Juliano, 8 de Março pelo calendário Gregoriano, usado em praticamente todo o mundo.
Em dezembro de 1977, a Assembléia Geral da ONU proclamou o dia 8 de Março como o Dia Internacional da Mulher, sendo celebrado até hoje em todo o mundo.

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06 março 2007

A TV pela internet vem aí

Hoje, para alugar um filme, é preciso ir até a locadora, ver se ele está disponível, pegar a fila pra pagar e ainda tem prazo para devolver, o que significa ir até à loja novamente. Não seria bom se não fosse necessário sair de casa para alugar um filme? Bastaria pedir e no horário combinado ele estaria passando na tevê, com direito a pausa para ir ao banheiro, como num aparelho de DVD. E quem gosta de ver programas como o Big Brother, não seria melhor se o voto pudesse ser pelo controle remoto?

E quando se estivesse vendo uma partida de futebol, que tal acessar diversas informações, como estatísticas, tabela de pontos, próximos jogos etc.? Gostou do colar da atriz? Já pensou poder comprar pelo controle remoto?

Tudo isso fará parte da tevê interativa, que não necessariamente tem a ver com a tevê digital ou tevê de alta definição (HDTV). São coisas distintas, mas que acabam se misturando. A tevê digital poderá ser interativa, mas essa interatividade somente existirá caso o aparelho esteja conectado a um banco de dados por meio de uma rede. Além de receber o sinal, de alguma forma ele terá de enviar informações, que poderá ser pela internet ou até mesmo pela rede de telefonia celular.

Outra forte candidata a ser uma tevê interativa é a IPTV, a televisão pela internet, que também é digital e em breve será ofertado em alta definição. Não confundir com Web TV, já oferecido por alguns portais e sites como AllTV, que na realidade é uma transmissão do programas de tevê por streaming, que pode ser um arquivo gravado ou ao vivo, acessado por browser no micro e que pouco, ou nada, oferece de interatividade.

A IPTV deverá ser a grande saída das operadoras de telefonia fixa no mundo todo, que estão vendo suas receitas diminuírem com a popularização do VoIP (voz sobre IP ou telefonia pela internet). Para o seu funcionamento é preciso acesso banda larga e é aí que as operadoras entram com sua tecnologia ADSL, que usa os cabos da rede telefônica. Os serviços de IPTV vão se valer da capacidade bidirecional das redes banda larga para oferecer a sonhada interatividade. As possibilidades são inúmeras, desde o vídeo sob demanda e gravação de conteúdo, até jogos online e uma completa personalização. Além da conexão banda larga, o usuário precisará ter um set-top-box conectado ao aparelho de tevê, da mesma forma que ele tem hoje o modem ligado ao micro.

Há uma grande movimentação no mercado internacional e segundo cálculos da empresa de consultoria McKinsey, já há mais de 1 milhão de usuários de IPTV no mundo. A empresa SBC Communications, que adquiriu a operadora de telefonia norte-americana AT&T, lançou o serviço no Texas para 50 mil assinantes; a espanhola Telefónica já possui mais de 200 mil assinantes; e a PCCW, de Hong Kong, com 450 mil. Outras operadoras, como a France Telecom, Verizon (EUA) e a alemã Deutsche Telekom, também anunciaram serviços nesta área. Por não ter restrições na legislação, a Europa é o mercado mais adiantado. Por outro lado, o Brasil sequer conseguiu definir ainda qual padrão de tevê digital aberta deverá adotar (as apostas são no padrão japonês).

Ainda há pouco conteúdo interativo disponível em IPTV. A maior parte ainda é vídeo sob demanda, como filmes, seriados, desenhos etc. Mas aos poucos as novidades vão surgindo. A operadora France Télécom e a distribuidora de sinais via satélite TPS acabam de anunciar que vão oferecer, a partir de 1º de junho, o primeiro serviço de tevê sobre protocolo IP de alta definição do mundo, por meio do canal MaLigne TV. A grande atração serão os jogos da Copa do Mundo, mas o serviço também cobrirá outros grandes eventos esportivos, campeonatos franceses de futebol e basquetebol e, a partir de agosto, com exclusividade, jogos dos campeonatos inglês e alemão, além de muitos filmes, especialidade do canal. O serviço já tem cerca de 230 mil assinantes.