28 fevereiro 2007

27 fevereiro 2007

Internet possibilita a qualquer pessoa o papel de jornalista

Uma mudança está em curso no jornalismo mundial. E você (sim, é você mesmo, caro leitor) encontra-se no centro disso. Com a popularização das formas de colaboração via internet, o cidadão está deixando a sua posição de, na maioria da vezes, mero espectador das notícias para transformar-se, ele próprio, em um narrador dos fatos.
Sites em que os internautas publicam reportagens; páginas em que os usuários, e não jornalistas, determinam quais fatos têm maior relevância; blogs com relatos pessoais dos acontecimentos e até um jornal virtual gerado por milhares de "repórteres" amadores espalhados pela Terra são exemplos de como essa onda está se disseminando.
O fenômeno, inclusive, já chamou a atenção de veículos tradicionais, como The New York Times, BBC, Estadão, O Globo, entre outros, que desenvolveram ou estão desenvolvendo canais virtuais para o leitor contribuir na cobertura dos fatos com textos e fotos.
"A web permite que as pessoas publiquem tudo o que quiserem facilmente. E muitos optaram pelo jornalismo, como uma forma de suprir temas que a mídia não cobre", disse ao Link o jornalista norte-americano Dan Gillmor, um dos principais ativistas mundiais do "jornalismo cidadão", como está sendo chamado o fenômeno.
Para ter uma idéia da abrangência do fenômeno no mundo, nos EUA, dos 20 milhões de blogs, 34% são considerados jornalísticos por seus donos, aponta um estudo divulgado no ano passado pela Pew Internet & Family Project. Mais: na Coréia do Sul, por dia, 700 mil acessos são feitos ao jornal virtual OhMyNews, redigido pelos próprios internautas.
No Brasil, a coisa ainda não chegou a tanto. Mas as iniciativas de "jornalismo cidadão" começam a se multiplicar. Portais como IG e Terra já permitem que os usuários relatem os fatos em textos, fotos e vídeos.
Os sites dos jornais Estadão, O Globo e Lance! contam com canais para materiais noticiosos do público. Há ainda blogs noticiosos e páginas como o Overmundo, que publica reportagens sobre cultura.
"O jornalismo cidadão ainda é novo no País", diz o pesquisador do Ibope Inteligência José Calazans. "Os brasileiros não têm o costume de procurar essas fontes alternativas para se manter informados."
Mas, segundo a jornalista e especialista em mídia cidadã Ana Maria Bambrilla, isso tende a mudar. "O País ainda tem limitações, como a pequena penetração da internet. Mas não tenho dúvidas de que o jornalismo cidadão ganhará mais adeptos no Brasil. Já é uma realidade hoje. E tende a crescer."
As personal stylists Cristina Gabrielli, 31 anos, e Fernanda Rezende, 29 anos, por exemplo, já fazem parte desse novo movimento. No blog Oficina de Estilo, elas publicam notícias sobre moda e cultura. Na última São Paulo Fashion Week, as duas foram até cobrir os desfiles pessoalmente.
"A diferença entre uma notícia de um site tradicional e a publicada pela gente no blog é que conseguimos criar uma relação mais próxima com os leitores", diz Cristina. "As pessoas acessam o blog para ver as nossas impressões sobre tal coleção, por exemplo."
Essa "democratização" do jornalismo, porém, não é bem vista por alguns setores da imprensa. Órgãos de classe, como sindicatos, defendem que só pode ser considerado jornalismo o que é gerado por profissionais com diploma superior de jornalismo.
"Um jornalista precisa conhecer técnicas, o que só se aprende na universidade", diz o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sérgio de Andrade. "Um internauta, por exemplo, não tem compromisso de checar bem a notícia antes de publicar."
Nesta edição, o Link discute, com jornalistas, "repórteres" amadores e especialistas, esse novo modo de produzir e publicar notícias. E damos dicas para quem quiser entrar na onda. Ah, e não esqueça sua câmera digital e seu bloco de anotações. Na web, agora é você quem faz a notícia. As informações são do O Estado de S. Paulo/Link

23 fevereiro 2007

Trecho da Constituição em Relação a Educação

DA EDUCAÇÃO

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;

III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas;

VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;

VII - garantia de padrão de qualidade.

VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal.

Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

§ 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei.

§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa científica e tecnológica.

Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:

I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria

II - progressiva universalização do ensino médio gratuito;

III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;

IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade;

V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;

VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;

VII - atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.

§ 1º - O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.

§ 2º - O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.

§ 3º - Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola.

Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições:

I - cumprimento das normas gerais da educação nacional;

II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.

Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.

§ 1º - O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.

§ 2º - O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem.

Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino.

§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as instituições de ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios

§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil.

§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio.

§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, os Estados e os Municípios definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino obrigatório.

§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regular.

§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição social do salário-educação serão distribuídas proporcionalmente ao número de alunos matriculados na educação básica nas respectivas redes públicas de ensino.

Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.

§ 1º - A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo previsto neste artigo, receita do governo que a transferir.

§ 2º - Para efeito do cumprimento do disposto no "caput" deste artigo, serão considerados os sistemas de ensino federal, estadual e municipal e os recursos aplicados na forma do art. 213.

§ 3º - A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das necessidades do ensino obrigatório, nos termos do plano nacional de educação.

§ 4º - Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde previstos no art. 208, VII, serão financiados com recursos provenientes de contribuições sociais e outros recursos orçamentários.

§ 5º O ensino fundamental público terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas, na forma da lei.

Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que:

I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação;

II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades.

§ 1º - Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de estudo para o ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública na localidade da residência do educando, ficando o Poder Público obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua rede na localidade.

§ 2º - As atividades universitárias de pesquisa e extensão poderão receber apoio financeiro do Poder Público.

Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração plurianual, visando à articulação e ao desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis e à integração das ações do Poder Público que conduzam à:

I - erradicação do analfabetismo;

II - universalização do atendimento escolar;

III - melhoria da qualidade do ensino;

IV - formação para o trabalho;

V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.

16 fevereiro 2007

No CID a fila anda

Na Baixada Fluminense, a Internet deixou de ser unicamente uma porta de comunicação com o mundo inteiro, para transformar-se também na saída para um problema comum a muitas cidades brasileiras: as filas nos postos do INSS. Graças a uma parceria inédita com o Ministério da Previdência Social, agora, os moradores podem agendar perícias médicas, antecipadamente, e em poucos minutos, inscrever-se para receber auxílio-maternidade e solicitar o Guia da Previdência Social (GPS), sem precisar enfrentar longas filas. Basta ir a um dos postos do CID.
O ajudante de refrigeração Ademar Gonçalves de Almeida, 30 anos, pôde comprovar a eficiência do serviço. Depois de enfrentar a fila do posto do INSS por duas vezes sem sucesso, em três minutos ele conseguiu o que queria no CID do bairro Centenário. "Cheguei na fila do INSS às cinco da manhã e não consegui ser atendido. No dia seguinte voltei lá às 3h30min e também não deu. Mas na fila me deram um folheto do CID e resolvi tentar. E foi tudo rapidinho mesmo", constata.
Ademar foi ao CID para conseguir a contagem do tempo de contribuição do marido de uma tia, que faleceu ano passado. Com as três carteiras de trabalho do falecido em mãos, em poucos minutos, Ademar imprimiu um documento com o registro de todas as contribuições feitas por ele desde 1969.
"Duque de Caxias é a cidade mais preparada para acabar com a fila da Previdência no Brasil e deve isso ao projeto do CID", afirma o presidente do INSS Valdir Moysés Simão.
Parceria de sucesso - Em dez meses de funcionamento, a parceria entre o INSS e o Projeto CID vem dando um exemplo inquestionável da como a internet pode facilitar a vida das pessoas. Mais de 24.000 segurados do INSS foram atendidos nos CIDs. As perícias médicas são o procedimento mais procurado, com mais de 9.000 agendamentos neste período.

12 fevereiro 2007

50 Dicas para Lidar com o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDA/H

"Os pais e professores que têm a chamada “criança-problema” na escola não sabem que na maioria das vezes trata-se de uma situação conhecida como Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDA/H. Existem muitas coisas sobre a TDA/H que as famílias e os professores enfrentam e, às vezes, os profissionais de saúde desconhecem. Não há apenas um tipo de síndrome de TDA/H, mas há varias. A TDA/H normalmente se manifesta com diversos outros problemas de humor. A “face” da TDA/H se modifica conforme o clima, incosntante e imprevisível. O tratamento continua sendo uma tarefa de muito trabalho e devoção. Não há uma solução fácil para lidar com a TDA/H em sala de aula ou, até mesmo, em casa. Afinal, a eficiência de qualquer tratamento para este transtorno nas escolas depende do conhecimento e persistência de cada professor.
Aqui vão algumas dicas que podem ajudar pais e professores a lidarem com crianças de todas as idades com TDA/H."
Espero que estas sugestões possam ajudá-los nessa grande missão.
Um grande abraço,

Alexandre Cardoso

1. Primeiramente, certifique-se de que você está realmente lidando com um caso de DDA. Especificamente, certifique-se de que alguém já testou a audição e a visão da criança recentemente e certifique-se de que outros problemas médicos tenham sido excluídos. Certifique-se de que uma avaliação adequada tenha sido realizada. Continue questionando até que esteja convencido. A responsabilidade de realizar tudo isto é dos pais, não do professor, mas o professor pode ajudar no processo.

2. Em segundo lugar, construa seu próprio suporte. Ser um professor de uma classe onde duas ou três crianças apresentam DDA pode ser extremamente cansativo. Certifique-se de que você tem o suporte da escola e dos pais. Certifique-se de que há um especialista a quem você pode consultar quando você tem um problema (um especialista de aprendizado, um psiquiatra infantil, um assistente social, um [neuro]pediatra – o diploma da pessoa não importa realmente. O que importa é que ele ou ela saiba bastante sobre DDA, tenha acompanhado muitas crianças com DDA, conheça como as coisas funcionam em sala de aula e possa conversar francamente). Certifique-se que os pais estão trabalhando com você e que seus colegas possam ajudar.

3. Em terceiro lugar, saiba seus limites. Não tenha medo de pedir ajuda. Você deve se sentir confortável em pedir ajuda, caso ache necessário.

4. PERGUNTE À CRIANÇA O QUE IRÁ AJUDAR. Estas crianças são muito intuitivas. Elas mesmas podem lhe dizer como elas podem aprender melhor se forem perguntadas. Elas são normalmente muito tímidas para oferecerem a informação gratuitamente, pois isso pode ser bastante excêntrico. Mas tente sentar-se com a criança individualmente e perguntar-lhe como ele ou ela aprende melhor. O melhor “expert” em como a criança aprende é a própria criança. É incrível a quantidade de vezes em que as opiniões das crianças são ignoradas ou nem são perguntadas. Além disso, especialmente com crianças mais velhas, certifique-se de que a criança entende o que é DDA. Isto ajudará muito a vocês dois.

5. Lembre-se de que crianças com DDA precisam de estrutura. Elas precisam que seu meio estruture externamente o que elas não conseguem estruturar internamente. Faça listas. Crianças com DDA se beneficiam muito de tabelas ou listas às quais possam 1.recorrer quando se sentem perdidas no que estão fazendo. Elas precisam de lembretes.
Elas precisam de planos. Elas precisam de repetição. Elas precisam de direção. Elas precisam de limites. Elas precisam de estrutura.

6. LEMBRE-SE DA PARTE EMOCIONAL DO APRENDIZADO. Essas crianças precisam de ajuda especial para encontrar motivação em sala de aula, orientação ao invés de falhas e frustrações, interesse ao invés de tédio ou medo. É essencial que se preste atenção às emoções envolvidas no processo de aprendizado.

7. Exponha regras. Faça com que as regras sejam escritas e que sejam legíveis. A criança precisa sentir-se assegurada por saber o que é esperado dela.

8. Repita “ordens”. Escreva as ordens. Fale as ordens. Repita as ordens. Crianças com DDA precisam ouvir as coisas mais de uma vez.

9. Faça contato visual freqüentemente. Você pode “trazer de volta” uma criança com DDA apenas com o contato visual. Faça isto regularmente. Um mero olhar pode trazer de volta a criança de desvios de pensamento ou dar permissão para que seja feita uma pergunta ou, simplesmente, reassegurar a criança.

10. Sente a criança com DDA perto de sua mesa ou onde você estiver a maior parte do tempo. Isto ajuda a evitar os desvios de pensamento que tanto ocorrem com estas crianças.

11. Estabeleça limites, fronteiras. Esta é uma forma de conter e acalmar, não de punir. Faça-o constantemente, de forma previsível, prontamente e de maneira simples. NÃO entre em complicadas discussões de justiça. Essas discussões longas são apenas um desvio. Tome controle da situação.

12. Mantenha um horário de programação o mais previsível possível. Coloque-o no quadro-negro ou na mesa da criança. Faça referência a este horário constantemente. Se você pretende variar o horário, como a maioria dos professores “interessantes” o fazem, dê diversos avisos e preparação. Transições e mudanças não anunciadas são muito difíceis para estas crianças. Elas ficam desorientadas nestas situações. Tome cuidado especial para preparar para transições com bastante antecedência. Anuncie o que irá acontecer e depois dê avisos repetidamente conforme for chegando a hora da mudança.

13. Tente ajudar as crianças a fazer seus próprios horários como uma forma de evitar uma das principais características da DDA: proscrastinação.

14. Elimine ou reduza a freqüência de testes com hora limitada. Não há grande valor nestes tipos de teste e, definitivamente, eles não permitem que muitas das crianças com DDA mostrem o que realmente sabem.

15. Permita certos momentos de “válvula de escape” como, por exemplo, sair da sala de aula por alguns minutos. Se isto puder ser enquadrado nas regras da sala de aula, isto permitirá que a criança saia da sala ao invés de descontrolar-se, e ao fazê-lo a criança estará começando a aprender importantes instrumentos de auto-observação e auto-modulação.

16. Dê preferência à qualidade ao invés de quantidade dos deveres de casa. Crianças com DDA normalmente precisam de uma carga mais leve. Desde que estejam aprendendo os conceitos, elas devem ser permitidas a fazerem menos deveres. Elas dedicarão a mesma quantidade de tempo, não apenas sendo soterradas por mais coisas do que têm capacidade de lidar.

17. Monitore o progresso regularmente. Crianças com DDA se beneficiam muito de “feedback” constante. Isto ajuda a mantê-las na rota certa, as deixa saber o que delas é esperado e se elas estão atingindo seus objetivos, e pode ser bastante encorajador.

18. Divida grandes tarefas em tarefas menores. Esta é uma das técnicas de ensino mais importantes para crianças com DDA. Grandes tarefas rapidamente oprimem a criança e ela se recolhe em um tipo de resposta do gênero: “Nunca serei capaz de fazer aquilo”. Ao dividir a tarefa em partes menores, cada componente parecerá mais realizável, a criança pode se afastar do sentimento de opressão. Em geral, essas crianças podem fazer muito mais do que elas pensam que podem. Ao dividir tarefas, o professor pode deixar que a criança prove para si mesma do que ela é capaz. Com crianças pequenas isto pode ser de extrema ajuda ao evitar furores causados por frustrações antecipadas. E com crianças mais velhas isto pode ajudá-las a evitar uma atitude derrotista que tantas vezes as atrapalha. E isto ajuda também em diversas outras maneiras. Você deve fazê-lo sempre.

19. Permita-se ser brincalhão, divirta-se, não seja convencional, seja extravagante. Introduza novidades no dia-a-dia. Pessoas com DDA adoram novidades. Elas respondem a isto com entusiasmo. Isto ajuda a manter a atenção – a das crianças e a sua também. Essas crianças são cheias de vida – elas adoram brincar. E acima de tudo odeiam sentir-se entediadas. Muito de seu “tratamento” envolve coisas tediosas como estrutura, horários, listas e regras; você quer mostrar a elas que essas coisas não têm que andar de mãos dadas com o fato de ser uma pessoa tediosa, um professor tedioso, ou coordenar uma sala de aula tediosa. De vez em quando, se você puder ser um pouco brincalhão ajudará bastante.

20. De qualquer maneira, cuidado para não super-estimular. Como uma panela no fogão, a DDA pode ferver e transbordar. É preciso que se saiba reduzir a temperatura rapidamente. A melhor maneira de lidar com o caos na sala de aula é preveni-lo.

21. Procure e enalteça o sucesso sempre que possível. Estas crianças vivem tanto com a falha, elas precisam de toda a sorte de afirmação positiva que puderem receber. Este ponto é de extrema importância: estas crianças precisam e se beneficiam de elogios. Elas adoram encorajamentos. Elas bebem e crescem disto. E sem isto, elas encolhem e murcham. Normalmente o aspecto mais devastador da DDA não é a própria DDA, mas sim o dano secundário que é causado à auto-estima da criança. Portanto, regue estas crianças bem com encorajamento e elogios.

22. A memória é geralmente um problema para estas crianças. Ensine-as pequenos truques como mnemônicos, “flashcards”1 etc. Elas normalmente têm problemas com o que Mel Levine chama de memória ativa de trabalho, o espaço disponível em sua mente. Quaisquer truques que você possa utilizar – filas, rimas, códigos etc – podem ajudar bastante a melhorar a memória.

23. Utilize rascunhos. Ensine esboçando. Ensine sublinhando. Estas técnicas não são facilmente assimiladas por crianças com DDA, mas uma vez que as crianças as aprendem, as técnicas podem ajudar bastante para que as crianças estruturem e dêem forma ao que está sendo aprendido conforme o processo de aprendizado. Isto ajuda à criança a sentir-se seu próprio mestre DURANTE O PROCESSO DE APRENDIZADO, quando ele ou ela mais precisa, ao invés do “embaçado” senso de futilidade que é tão regularmente o sentimento mais importante destas crianças em seu processo de aprendizado.

24. Anuncie o que você vai dizer antes de dizê-lo. Diga. Depois diga o que você acabou de dizer. Como muitas crianças com DDA aprendem melhor através do canal visual, ao invés do auditivo, se você escrever o que vai dizer, assim como dizê-lo, isto pode ser de grande ajuda. Esta forma de estruturação coloca as idéias em seus devidos lugares.

25. Simplifique instruções. Simplifique opções. Simplifique horários. Quanto mais simples a linguagem usada, mais provável que a criança compreenda. E use linguagem colorida. Como códigos coloridos, linguagem colorida prende a atenção.

26. Utilize “feedback” que ajude a criança a tornar-se auto-observadora. Crianças com DDA tendem a ser pobres em auto-observação. Geralmente elas não têm idéia como são percebidas por outros ou como vêm se comportando. Tente abordar esse assunto de maneira construtiva. Faça perguntas como: “Você sabe o que você acabou de fazer?” ou “Como você acha que poderia ter dito isso de forma diferente?” ou ainda “Por que você acha que aquela menina ficou chateada quando você disse o que disse?”. Faça perguntas que promovam a auto-observação.

1.Torne expectativas claras.

28. Um sistema de pontos é uma possibilidade para conseguir modificações comportamentais, ou sistema de recompensas para crianças mais novas. Crianças com DDA respondem bem a recompensas e incentivos. Muitos são pequenos empreendedores.

29. Se a criança tem problemas em decifrar códigos sociais – linguagem corporal, tom de voz, ritmo de tempo e similares – tente, discretamente, dar conselhos explícitos e específicos como uma forma de treinamento social. Por exemplo, diga “Antes de contar sua história, peça para ouvir a dos outros” ou “Quando alguém estiver falando olhe para ele”. Muitas crianças com DDA são vistas como indiferentes ou egoístas, quando na verdade elas apenas não aprenderam a interagir. Essa habilidade não vem naturalmente para todas as crianças, mas pode ser ensinada ou treinada.

30. Ensine técnicas de como fazer provas.

31. Faça de tudo um jogo. Motivação melhora DDA.

32. Separe pares e trios, até grupos inteiros, que não combinem muito bem juntos. Você poderá ter que tentar diferentes formas de agrupamento.

33. Preste atenção a conexões. Essas crianças precisam sentir-se engajadas, conectadas. Desde que elas estejam engajadas, elas sentir-se-ão motivadas e menos inclinadas a divagar.

34. Dê responsabilidade à criança quando possível.

35. Tente utilizar um caderno casa-escola-casa. Isto pode ajudar bastante a comunicação diária entre pais e professores e evitar as reuniões em apenas situações de crise. Isto também ajuda com relação aos freqüentes “feedbacks” que estas crianças precisam.

36. Tente utilizar relatórios diários de progresso.

37. Encoraje uma estrutura de auto-avaliação, auto-monitoramento. Pequenas trocas ao final das aulas podem ajudar nisto. Considere também alarmes, sinais etc.

38. Prepare-se para tempos não estruturados. Essas crianças precisam saber com antecedência o que irá acontecer para que possam preparar-se internamente. Se de repente seu tempo é desestruturado, isso pode gerar estímulos acima de sua tolerância.

39. Elogie, acaricie, aprove, encoraje, dê afeto.

40. Com relação a crianças mais velhas, faça com que elas escrevam bilhetes para elas mesmas para lembrá-las de suas próprias perguntas. Em essência, elas devem tomar notas não apenas sobre o que esta sendo dito a elas, mas também com relação ao que elas estão pensando. Isto irá ajudá-las a ouvir melhor.

41. Escrever à mão é difícil para muitas destas crianças. Considere desenvolver alternativas. Ensine-as a usar um teclado. Dite. Dê testes orais.

42. Seja como o maestro de uma sinfonia. Ganhe a atenção da orquestra antes de começar (você pode usar o silêncio, ou a batida de seu “bastão” para fazer isto). Mantenha a classe no tempo certo, apontando diferentes partes da classe conforme você precisar delas.

43. Quando possível, arranje para que cada aluno tenha um colega/dupla em cada matéria, com seu número de telefone (adaptado de Gary Smith).

44. Explique e normalize o tratamento que a criança recebe para evitar rotulamentos.

45. Reúna-se freqüentemente com os pais. Evite o vício de reunir-se apenas em situações de crise.

46. Encoraje a leitura em voz alta dentro de casa. Leia em voz alta dentro de sala de aula sempre que possível. Use o conto de histórias. Ajude a criança a organizar-se mantendo-se em apenas um tópico de cada vez.

47. Repita, repita, repita.

48. Exercício. Um dos melhores tratamentos para DDA, nos casos de adultos e crianças, é o exercício, preferivelmente exercícios físicos. Exercícios ajudam a “gastar” excesso de energia, isto ajuda a focar a atenção, estimula certos hormônios e endorfinas que são benéficos, além de ser divertido. Certifique-se de que o exercício É divertido para que a criança continue praticando para o resto de sua vida.

49. Com crianças mais velhas, estresse a necessidade de preparação antes da aula. Quanto melhor for a idéia da criança sobre o que será discutido em sala, maiores as chances de o material ser dominado em classe.

50. Esteja sempre atento para momentos de entusiasmo. Essas crianças são muito mais talentosas e possuem mais dons do que normalmente parecem. Elas são cheias de criatividade, brincadeiras, espontaneidade e alegria. Elas tendem a ser flexíveis, sempre se recuperando de eventuais decepções. Elas tendem a ser generosas e alegres em ajudar. Elas normalmente têm “algo especial” que pode contribuir em diferentes ambientes. Lembre-se, há uma melodia dentro desta dissonância, uma sinfonia que ainda precisa ser escrita.