30 março 2008

Especialistas acreditam que 8º Fórum Mundial de Educação mudará rumos do setor na região

Depois de três dias de troca de idéias e experiências, termina hoje a oitava edição do Fórum Mundial de Educação da Baixada Fluminense. Reunindo mais de 30 mil pessoas, representantes de 23 países, em mais de 200 eventos como debates, atividades culturais e educativas, o encontro chega ao fim sendo apontado como um marco para mudar o modelo de educação da Baixada.

Para o diretora de Relações Institucionais do Instituto Paulo Freire, Salete Valesan, uma das organizadoras do Fórum, as propostas discutidas durante esses três dias poderão ser observadas em breve.

“Na verdade elas já estão em prática. Reunir 13 municípios em busca de um ensino de qualidade é a prova de que, quando a educação é uma proposta prioritária, os resultados são rápidos e visíveis”, acredita.

As atividades reuniram alunos, mestres, pais e pesquisadores — todos com o objetivo construir um modelo realmente eficaz de ensino numa região onde, apesar da iniciativa, a educação ainda tem índices negativos.

Na pauta dos debates, a luta das mulheres por seus direitos, dos negros pelo fim do preconceito, dos professores por salários mais justos, entre outros. Nas tendas de atividades culturais, rodas de capoeira e grupos de dança animaram o público.

Um dos aspectos que mais atraiu o foco das atenções foi o projeto Bairro-Escola, que ajudou Nova Iguaçu a ser escolhida pelo conselho do Fórum para sediar o evento.

Segundo o prefeito Lindberg Farias, a prefeitura não tinha dinheiro para melhor a infra-estrutura das escolas e permitir a integração das atividades de sala de aula com atividades culturais. Foram firmadas, então, parcerias com clubes, igrejas e grupos comunitários, para que os alunos pudessem utilizar piscinas, quadras esportivas e espaços que estavam ociosos.

O projeto, segundo Salete Valesan, será estimulado nos outros 12 municípios da Baixada. “Agora é só esperar pelo resultados e as boas conseqüências que uma boa educação traz”, disse.

Para encerrar o Fórum, hoje haverá caminhada ecológica, com saídas às 9h e às 14h, da Avenida Amaral Peixoto, ao lado da Rodoviária de Nova Iguaçu.

Bons resultados em dois anos

Nos dois anos entre esta e a última edição do Fórum Mundial de Educação, uma das maiores conquistas do município de Nova Iguaçu no setor, de acordo com Salete Valesan, foi a criação de um plano municipal de educação. “Essa iniciativa é o resultado da integração da sociedade com o poder público. É uma relação fundamental, porque pais, professores e alunos são as melhores pessoas para apontar os pontos positivos e negativos de um modelo”, explica.

Sobre a oitava edição do Fórum, Salete, que também participou do evento de 2006, acredita que o primeiro resultado foi reunir caravanas de outros países e estados com o propósito de pensar em como é possível educar com qualidade. “É um ótimo começo. A Baixada agradece”.



Fonte: O Dia

28 março 2008

Vem aí o bolsa-qualificação

Novo fundo vai financiar cursos grátis para estudantes e trabalhadores no seguro-desemprego


O Ministério da Educação criará o Fundo Nacional de Formação Técnica e Profissional, o Funtec, que vai coordenar os recursos do Sistema S (Senai, Senac, Senar, Senat e Sescoop e outras seis instituições). Projeto que será enviado em até 15 dias ao Congresso vai beneficiar 2 milhões de estudantes e profissionais que estejam usando o seguro-desemprego. Eles terão acesso a cursos de formação profissional. Em 2007, 6 milhões de trabalhadores desempregados receberam o seguro.


O ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou que o Funtec vai investir R$ 12 bilhões, dos quais R$ 5 bilhões serão aplicados no pagamento de bolsas profissionalizantes para pessoas de baixa renda.

Os recursos vão para cursos técnicos de Nível Médio e para a formação inicial e continuada de trabalhadores, com um mínimo de 20% da carga horária do curso técnico de Nível Médio. As vagas são destinadas a alunos que estejam cursando ou que concluíram a educação básica em escolas pública e participantes do programa de educação para jovens e adultos. Interessados precisam comprovar o perfil para conseguir a gratuidade.

Os cursos não-gratuitos do Sistema S não serão computados para a distribuição dos recursos do Funtec. “O sistema vai poder continuar atendendo no regime não-gratuito ao público que pode pagar, mas a contribuição efetuada pela sociedade deve financiar o estudante sem condições de pagar uma matrícula”, explicou Haddad.

O ministro destacou que o objetivo é potencializar o que o sistema já oferece, reduzir custos do seguro-desemprego e incluir nova mão-de-obra no mercado: “Pretendemos focar o sistema nas camadas sociais que dependem dele e fomentar uma mudança de comportamento no que diz respeito à inclusão de camadas sociais menos favorecidas em um ensino de qualidade”, disse.

O ministro do Trabalho, Carlos Luppi, destacou que o projeto — que ainda passa por ajustes finais — também vai possibilitar a adoção de critérios de transparência na arrecadação de recursos. A arrecadação para o Sistema S é de 2,5% sobre a folha de salários das empresas. Hoje, 1,5% é para serviços sociais e 1% aos serviços de aprendizagem. O projeto de lei do Funtec inverte as porcentagens: 1% para os serviços sociais e 1,5% para os de aprendizagem.


Fonte: O Dia

27 março 2008

Novos rumos da educação na Baixada

Fórum Mundial do setor será aberto hoje, em Nova Iguaçu, com caminhada pela Via Light

Começa hoje, em Nova Iguaçu, o Fórum Mundial de Educação, evento que pretende reunir cerca de 40 mil participantes até domingo. Com o tema “Educação Cidadã para uma Cidade Educadora”, o Fórum pretende discutir políticas educacionais em duas grandes conferências, ambas no Sesc de Nova Iguaçu. O ministro da Educação, Fernando Haddad, estará presente sábado, quando será realizado o encontro do Programa Universidade para Todos (ProUni).

Uma grande marcha, com início previsto para as 8h, na Via Light, próximo à Vila Olímpica de Nova Iguaçu, dará as boas vindas aos participantes — profissionais de educação, professores, estudantes e integrantes de movimentos sociais —, que virão de outros estados do Brasil, e de 22 países.

Essa é a oitava edição do Fórum Mundial de Educação, um dos braços do Fórum Social Mundial, e a quarta edição temática. Em 2006, o Fórum foi realizado em Nova Iguaçu e contou com a participação de 20 mil pessoas. À época, foi assinada uma carta de intenções com metas para este ano.

“O Fórum é um espaço democrático, onde qualquer pessoa, independente de classe social, idade, raça, religião ou partido, pode participar e expressar suas idéias para a melhoria da educação”, explica Salete Valesan, que integra o Comitê Internacional do Fórum Mundial da Educação.

Além do Sesc, também haverá eventos na estação Bairro-Escola, prédio que será inaugurado hoje pela Prefeitura de Nova Iguaçu no campus da Universidade Estácio de Sá, e no Espaço Cultural Sylvio Monteiro.

Os interessados em participar do Fórum podem se inscrever hoje, na Escola Estadual Milton Campos (Rua Tupinambá 271, Moquetá, Nova Iguaçu). A taxa de inscrição tem preços variados: R$ 15 (estudantes universitários e educadores populares), R$ 20 (professores da rede pública e particular) e R$ 50 (participantes). Estudantes das redes de Ensino Fundamntal e Médio estão isentos da taxa de inscrição. Outras informações podem ser obtidas no site www.forummundialeducacao.org.

Conferência com pedagogo indígena

O Fórum Mundial de Educação prevê dois grandes debates, um deles com a presença do índio kaiowa Tonico Benites, pedagogo e primeiro indígena brasileiro a ganhar bolsa de mestrado da Fundação Ford. As duas conferências acontecem no Sesc, hoje, às 14h, e sábado, às 9h.

Também serão realizadas atividades autogestionadas, como oficinas, palestras, atividades lúdicas, todas voltadas para questões da educação. Os temas envolverão escola e violência. O palco será a Universidade Estácio de Sá, em Nova Iguaçu.

A programação também prevê a apresentação de pôsteres, em forma de mural, que serão feitos por participantes ligados a alguma entidade educacional. Este ano haverá um encontro com os autores, que poderão ser entrevistados sobre seus trabalhos. A Prefeitura de Nova Iguaçu programou uma série de roteiros turísticos, todos gratuitos, que poderão ser feitos durante o Fórum, como a visita ao projeto educacional Bairro-Escola.

Fonte: O Dia

23 março 2008

Futuro em pauta na Baixada

Profissionais e estudantes de 23 países se reúnem em Nova Iguaçu a partir de quinta-feira para a segunda edição do Fórum Mundial de Educação. O evento discutirá os novos rumos do setor


Pela segunda vez consecutiva, Nova Iguaçu vai sediar o Fórum Mundial de Educação, evento com previsão de reunir cerca de 40 mil pessoas de 23 países, entre os dias 27 e 30 de março. Com o tema ‘Educação Cidadã para uma Cidade Educadora’, o fórum pretende discutir políticas educacionais através de duas grandes conferências, ambas no Sesc de Nova Iguaçu, atividades autogestionadas e apresentação de pôsteres.

Uma grande marcha, com saída às 8h da Vila Olímpica de Nova Iguaçu, vai celebrar a abertura do fórum, na quinta-feira. A caminhada percorrerá toda a Via Light até a Estação Bairro-Escola, que está sendo construída pela Prefeitura de Nova Iguaçu. O local será uma das sedes do fórum. Os outros são o Espaço Cultural Sylvio Monteiro, o Sesc de Nova Iguaçu e o campus da Universidade Estácio de Sá.

“O Fórum Mundial de Educação será um desdobramento do anterior, realizado em 2006. Só que a abrangência é maior, já que envolvemos na organização as secretarias de Educação dos 13 municípios da Baixada, a Secretaria Estadual de Educação e o Ministério da Educação (MEC)”, explica Sílvio Dias, coordenador do Comitê de Mobilização e Organização do Fórum Mundial.

Os interessados em participar podem se inscrever pela Internet, através do site forummundialeducacao.org. O prazo termina hoje. Após a data, só através de credenciamento, que começa dia 26, às 9h, na Escola Estadual Milton Campos (Rua Tupinambá 271, Moquetá, Nova Iguaçu). A taxa de inscrição varia de R$ 20 a R$ 50.



TEMAS

Foram definidos três eixos temáticos: educação, cultura e diversidade; ética e cidadania em tempos de exclusão; e estado e sociedade na construção de políticas públicas. “O fórum é um espaço democrático onde qualquer pessoa, independentemente de classe social, idade, raça, religião ou partido pode participar e expressar suas idéias para a melhoria da Educação”, explica Salete Valesan, membro do Comitê Internacional do Fórum Mundial de Educação.

O Fórum também abrirá espaço para a cultura, com apresentação de esquetes teatrais, mostra de filmes e exposições de fotografias. Na marcha de abertura, o grupo de afoxé Maxambomba, de Nova Iguaçu, será uma das atrações, além do Circo Baixada, de Queimados, que fará números circenses, e grupos indígenas.


Área de tragédia reestruturada

Uma visita a um dos locais da Chacina da Baixada, que vitimou 29 pessoas em 31 de março de 2005, pode parecer estranho. Mas é o que consta do roteiro turístico, organizado pela Secretaria de Cultura de Nova Iguaçu, como atividade do Fórum Mundial de Educação.

No dia 29, às 18h, participantes do Fórum poderão conhecer o bairro da Cerâmica, em Nova Iguaçu. Segundo Miliana Santos, coordenadora cultural do Fórum, o objetivo é mostrar aos visitantes o que mudou na realidade do bairro desde que aconteceu a tragédia.

Também constam do roteiro turístico visitas às ruínas da ‘Velha Iguassú’, caminhada ecológica em Tinguá e visitas a bares e casas de shows de Nova Iguaçu. Todos os passeios são incluídos na inscrição e terão acompanhamento de representantes da prefeitura.

O fórum também abrirá espaço para uma feira solidária, onde artesãos e pequenos produtores da região poderão expor e vender seus produtos. A feirinha vai funcionar durante os dias de realização do evento, em frente ao Sesc de Nova Iguaçu.

Esta será a terceira edição com o tema ‘Educação Cidadã para uma Cidade Educadora’. A primeira foi realizada em São Paulo, em 2004, com a participação de cerca de 100 mil pessoas. O Fórum Mundial da Educação, que tem como uma das bandeiras a defesa da educação pública de qualidade, é um dos braços do Fórum Social Mundial, realizado em 2001, em Porto Alegre (RS), e organizado por movimentos e entidades não governamentais para encontrar alternativas para as questões sociais.

PROJETO ATENDE 30 MIL CRIANÇAS

Apresentado como modelo de proposta bem-sucedida no Fórum de Educação realizado no ano passado, em São Paulo, o projeto Bairro-Escola, da Prefeitura de Nova Iguaçu, atinge hoje 35% dos colégios do município, com cerca de 30 mil alunos atendidos.

Criado em 2006, o programa tornou-se referência para o Ministério da Educação e inspirou projetos em cidades como Campinas, Sorocaba, ambas em São Paulo, e Belo Horizonte (MG).

As oficinas do Bairro-Escola oferecem aulas de reforço escolar, cinema, computação, teatro, dança, música e atividades esportivas. Além disso, os alunos recebem cinco refeições por dia. O objetivo da prefeitura é levar o programa às 102 escolas do município até o fim do ano.

Na Escola Municipal Venina Corrêa Torres, no bairro Califórnia, em Nova Iguaçu, 50 alunos farão parte da Marcha de Abertura do Fórum. Na escola, crianças do Ensino Fundamental têm aulas de reforço em programa de computador que usa cones com letras para facilitar a leitura.


Fonte: O Dia

19 março 2008

Comissão da Câmara aprova piso nacional de R$ 950 para professores

A Comissão de Finanças e Tributação aprovou hoje projeto de lei que concede piso salarial nacional de R$ 950 para professores dos níveis fundamental e médio da pública nos três níveis (federal, estadual e municipal), a ser adotado gradativamente até janeiro de 2010.

O novo piso consta de substitutivo aos projetos de lei 7431/06, do Senado, e 619/07, do Poder Executivo. O primeiro estabelece piso de R$ 800 para profissionais que tenham nível médio e de R$ 1,1 mil para os habilitados em nível superior. Já o projeto do Executivo estabelece um salário mínimo para professores de R$ 850.

Os projetos ainda serão analisados pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, mas o relator, deputado Manoel Junior (PSB-PB), afirmou que há acordo para que prevaleça o piso de R$ 950. Como a Comissão de Finanças e Tributação analisa a adequação financeira e orçamentária das propostas, o relator também apresentou parecer favorável às duas propostas originais.

A votação foi acompanhada por professores de vários estados. As propostas tramitam em caráter conclusivo e, depois de serem analisadas pela CCJ, serão encaminhadas ao Senado, pelo fato de um dos projetos ser daquela Casa e ter sido alterado pela Câmara.


Jornada

A Comissão de Educação e Cultura já havia aprovado o mesmo substitutivo. O texto prevê a remuneração mínima de R$ 950 para professores públicos do nível básico (fundamental e médio) com jornada mínima de 40 horas semanais. Dessa carga horária, pelo menos 1/3 pode ser cumprido fora da sala de aula, em atividade de planejamento.

Manoel Junior argumentou que já há estados com piso similar ao proposto no substitutivo e, no caso dos municípios, haverá condições para se ajustarem ao piso previsto. O relator recomenda, no entanto, a rejeição de emenda aprovada pela Comissão de Trabalho que estende o piso salarial aos aposentados e pensionistas do magistério.




Fonte: O Dia

17 março 2008

Lula: 'Estamos fazendo uma pequena revolução na educação universitária'

Em seu programa de rádio, presidente comentou a adesão de universidades ao Reuni.
Objetivo do programa é ampliar o acesso e a permanência na educação superior

Na semana passada, 53 reitores de universidades federais estiveram em Brasília para aderir ao Reuni buscar, o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais. Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, esta é uma oportunidade de ampliar o acesso à educação superior.

“O importante nisso é que nós vamos, a partir deste ano, colocar aproximadamente 100 mil novos alunos nas universidades federais, seja nos cursos noturnos ou pelo fato de aumentar o número de alunos por professores de 12 para 18. Então, nós estamos fazendo uma pequena revolução na educação universitária no Brasil”, disse Lula.

Implantado em abril de 2007, o objetivo do programa, segundo o decreto que o instituiu, é ampliar o acesso e a permanência na educação superior com melhor aproveitamento da estrutura física e dos recursos humanos existentes nas universidades federais.

Além de aumentar a relação professor/aluno, a meta é elevar para 90% a taxa de aprovação dos estudantes ao final de cinco anos. O Ministério da Educação (MEC) pretende investir cerca de R$ 2 bilhões no Reuni até 2010.

Estão nas diretrizes do programa a redução das taxas de abandono da faculdade, a ocupação de vagas ociosas e o aumento de vagas, principalmente no período noturno.

As universidades que aderirem terão de reformar seu currículo, para que ele ofereça maior chance de mobilidade aos estudantes. No entanto, os mais críticos afirmam que a proposta pode levar ao sucateamento da universidade e temem a perda de qualidade dos cursos e da produção científica.

O presidente também ressaltou a importância do Prouni - Programa Universidade para Todos - que deve formar cerca de 60 mil alunos este ano. “Isso nos dá uma dimensão extraordinária do que foi o alcance de jovens da periferia chegando à universidade”, disse.


Ensino profissionalizante

Lula também reforçou a criação de 214 escolas técnicas até 2008. “Em 93 anos, foram criadas no Brasil 140 escolas técnicas. Até 2008, nós iremos criar mais 214”, ressaltou. Segundo o presidente, com o investimento, o número de alunos saltará de 160 mil para 500 mil até 2010.


Fonte: G1

08 março 2008

Quanto custa educar direito?

Um novo estudo diz que o Brasil tem de investir mais 1% do PIB para ter boas escolas



No início do ano, dados do Sistema Nacional de Avaliação (Saeb) revelaram que os estudantes brasileiros em todas as séries tiveram o pior desempenho nos últimos dez anos. Em Matemática, os alunos de 4ª série tiraram nota 182 numa escala de 0 a 500. Isso significa dificuldades nas operações de somar, subtrair, dividir e multiplicar. Em Português, os alunos da 8ª série tiveram média de 232 pontos. O mínimo aceitável seria 300. São resultados alarmantes num mundo de competição globalizada, onde o domínio de conhecimento e a oferta de trabalhadores capacitados determinam o sucesso - ou o fracasso - das nações. Como mudar isso?

O levantamento mais abrangente do que seria preciso para a educação brasileira ter um mínimo de qualidade será apresentado na semana que vem. O estudo, chamado Custo Aluno Qualidade Inicial (Caqi), foi feito pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, um grupo que reúne 200 das principais entidades e fundações ligadas à educação. A campanha hoje faz um dos maiores movimentos pelo ensino público do Brasil. O Caqi será lançado na quarta-feira 25, na Semana de Ação Mundial pela Educação, evento que discute os rumos do ensino público em cem países da Europa, Ásia, África e América. No Brasil, mais de 20 ONGs e associações e pelo menos 500 escolas públicas vão discutir o documento. Na mesma semana, a campanha deve levar o estudo à Câmara dos Deputados e ao Ministério da Educação. "Queremos que ele seja levado em conta para aumentar o repasse do governo federal para as escolas e mudar os fatores de distribuição do dinheiro", afirma Daniel Cara, coordenador da campanha.

Segundo o estudo, o Brasil precisaria gastar um total de R$ 93 bilhões na educação básica, da creche ao ensino médio. É o equivalente a 4,3% do PIB. Hoje, o país gasta R$ 72 bilhões, ou 3,3% do PIB. O estudo chega em um momento oportuno. Nas próximas semanas, o ministro da Educação, Fernando Haddad, deve anunciar um pacote de incentivos para a área, o Plano de Desenvolvimento da Educação. Ele incluiria auxílio financeiro e orientação para resgatar os municípios de pior desempenho do país. Mas é apenas uma medida de emergência.

O plano proposto pela campanha tem outra ambição. A premissa do estudo é inverter a lógica de como se calcula o orçamento para a educação. Hoje, o governo federal faz o cálculo a partir do montante disponível para a área. Esse dinheiro vem dos Estados e municípios, que repassam um porcentual fixo de sua arrecadação. A partir daí, o governo divide o que foi arrecadado pelo número de alunos matriculados. O resultado é o investimento mínimo que cada Estado ou município deve fazer por aluno. O Caqi faz uma conta inversa. Ele parte da necessidade dos alunos para calcular o mínimo que precisa ser investido. A creche é um exemplo de como essas contas dão resultados díspares. Enquanto o mínimo estabelecido pelo governo neste ano é de R$ 757 por criança, o Caqi calcula que seria preciso investir R$ 4.139. "Para algumas unidades, o dinheiro só dá para a comida", afirma o pedagogo Vital Didonet, ex-presidente da Organização Mundial para a Educação Pré-Escolar.

Durante três anos, uma equipe de pesquisadores fez levantamentos nas escolas e calculou o que seria necessário para oferecer uma escola de qualidade para 56 milhões de estudantes no país. Avaliou, para cada faixa etária, investimentos em reforma de escolas, compra de material, formação de professores e plano de salários. Calculou, por exemplo, quantas salas de aula cada unidade escolar deve ter, estabeleceu a lotação máxima de cada uma delas por ciclo e calculou a verba de manutenção. No repasse para alunos de 1ª à 4ª série de uma escola-modelo, os pesquisadores estimam que seria preciso gastar R$ 40 mil por ano em projetos pedagógicos. O suficiente para o professor de Biologia montar e manter uma horta, o de Física comprar um telescópio e o de História levar os alunos para conhecer os museus da cidade. "Essa não é a escola ideal, é a estrutura mínima", diz o educador José Marcelino de Rezende Pinto, especialista em financiamento da educação pela Universidade Stanford e um dos autores do Caqi.

O investimento adicional em educação previsto pelo Caqi não é desprezível. A diferença, de R$ 21 bilhões, é equivalente ao que o governo investe no ensino superior. Também equivale ao superávit primário economizado nos dois primeiros meses do ano para pagar a dívida pública. "É caro, mas não investir também tem preço alto", afirma o educador Romualdo Portela, da Universidade de São Paulo. Ele diz que a educação só vai melhorar de qualidade quando os governos resolverem tirar de outras áreas. Na década de 60, a Coréia do Sul tinha um cenário parecido com o do Brasil, com problemas de alfabetização, baixa taxa de conclusão do ensino médio e pouco acesso ao ensino superior. "Eles só deram a virada quando resolveram enxugar recursos de diversas áreas para, durante duas décadas, investir 10% do PIB na educação", diz.

É uma questão de prioridade. "O Brasil está acordando para o déficit da educação básica", diz Célio Cunha, da Unesco, organização da ONU para Educação e Cultura. "Ela ainda não é uma prioridade, mas, à medida que o país - não só o governo, mas a sociedade civil - começa a reconhecer a importância da educação básica, há esperança de que o tratamento dado à educação comece a mudar."

Fonte: Revista Época

06 março 2008

500 Vagas de Cursos Grátis Em Saracuruna

Rio - Informática, técnicas de estocagem e telemarketing são alguns dos cursos que estão com inscrições abertas no Centro Vocacional Tecnológico (CVT) Saracuruna. São 500 vagas distribuídas em seis cursos gratuitos que têm duração média de cinco meses cada.

Quem tem mais de 17 anos pode tentar as oportunidades de informática I que tem 200 vagas e exige também a 5ª. série completa; as 100 do curso de operador de telemarketing ou as 100 de auxiliar de escritório que necessitam a comprovação da conclusão da 7ª série do ensino fundamental.

Para os maiores de 18 anos as oportunidades são nos cursos de: técnicas de estocagem e armazenamento, 20 vagas (ensino médio completo), operador de máquinas de processamento de termoplástico, 60 vagas (2º ano do ensino médio concluído) e, administração e gestão de micro e pequenos empreendimentos, 20 vagas (ensino fundamental completo).

As inscrições acontecem até o dia 18 de março, de segunda a sábado, das 8h às 20h, aos sábados até as 17h, no CVT que fica na rua Padre Marinho, 21, em Saracuruna, Duque de Caxias, mediante a apresentação de documento de identidade. Todos os interessados serão inscritos e, no dia 19 de março será realizado o sorteio para distribuição das vagas. A matrícula dos sorteados acontece entre os dias 24 e 27 de março e, as aulas começam em 7 de abril. Mais informações pelo telefone 3656-5912.

O CVT é uma unidade da Fundação de Apoio a Escola Técnica (Faetec) que tem o objetivo de oferecer certificação e qualificação profissional focados na vocação da região. Em Saracuruna, foi identificada a área de polímeros, responsável pela transformação de plásticos e borrachas e os cursos vão capacitar profissionais para atender às necessidades de dezenas de fábricas de transformação plástica que se instalaram ou vão se instalar no estado, em função do Pólo Gás-Químico de Duque de Caxias.