12 agosto 2007

ONG utiliza Informática para ajudar na capacitação de moradores de favelas

Cláudio Motta - O Globo


RIO - Outras histórias, além das relacionadas ao tráfico de drogas, incursões da polícia ou violência, estão sendo contadas nas favelas. Elas relatam mudanças na vida de quem conseguiu com a informática melhores empregos, novos desafios e outras perspectivas. Nessa trama, um dos protagonistas é o Comitê para Democratização da Informática (CDI). A ONG, presente em 19 estados brasileiros e no exterior, capacita 62 mil pessoas por ano em 840 Escolas de Informática e Cidadania (EICs).

A inclusão digital vai além das aulas de informática. Mais do que usar a máquina, o entendimento da realidade do aluno, a geração de renda e mobilização comunitária são fundamentais. De acordo com Rodrigo Baggio, diretor executivo do CDI, a tecnologia é um fator de inserção numa sociedade cada vez mais digital.

- Além da capacitação profissional, a internet traz uma grande oportunidade de lazer, entretenimento e educação. É fundamental combater o apartheid digital - defende.

Especialistas elogiam a iniciativa. Segundo o economista André Urani, a informática em favelas é um mercado com potencial:

- O morador da Maré não consegue ir ao Jacarezinho por causa da violência. Pela pela internet pode. E vai mais longe, isso abre a a cabeça.



A dor de perder um irmão assassinado em confrontos relacionados ao tráfico de drogas. Os dias passados sobre lajes sem atividades produtivas, num tempo em que consumia drogas e quase participou da venda delas. Esse era o mundo de Alessandro Rodrigues Neves, de 23 anos, antes de aprender informática no Morro dos Macacos. Hoje, é especialista em montagem e manutenção de micros na ONG Ceaca Vila, parceira do CDI, e pretende cursar uma faculdade da área:

- Fiz muita besteira, mas me interessei por informática e hoje sou responsável técnico por 185 computadores.



Sou um exemplo para a comunidade.

Um comentário:

Anônimo disse...

bom comeco