08 agosto 2007

Inclusão digital no Brasil é ruim, diz estudo

BRASÍLIA - O Brasil tem muitos programas de inclusão digital, mas eles não são suficientes.


A maioria destes programas conta com financiamento estatal, mas esses planos são insuficientes para superar as amplas desigualdades no acesso às novas tecnologias, segundo demonstrou um estudo.


O ritmo lento da promoção do acesso da população brasileira mais pobre à informática e à Internet fará com que o país leve décadas para alcançar os níveis de uso das novas tecnologias nos países avançados, segundo o trabalho "Mapa das Desigualdades Digitais".


O estudo, elaborado pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), junto com o Ministério da Educação e o Instituto Sangari, diz que o atual quadro de disparidades regionais e sociais do acesso à Internet no Brasil pode se agravar no futuro se não houver medidas do Estado.


"Há uma preocupante fragmentação e setorização das estratégias de inclusão digital, pela ausência de uma política pública do Estado que estabeleça as metas, as estratégias, os investimentos necessários buscando diminuir as desigualdades existentes", informa o relatório.


Recentemente, o governo federal anunciou investimentos de 400 milhões de dólares até 2010 para levar ferramentas de informática a 130 mil escolas públicas.


Um trabalho anterior da Ritla sobre tecnologia da informação na educação havia demonstrado que a falta de infra-estrutura e a violência nas periferias mais carentes impediam a superação da exclusão digital.


Os dados sobre o acesso à Internet no país mostram ainda uma reprodução da exclusão social reinante. Assim, nos Estados mais pobres, como Alagoas, o acesso à Internet de setores socialmente marginalizados, como a maioria da população negra, é de apenas 0,5 por cento do total do grupo.


No outro extremo, 77 por cento dos brancos no Distrito Federal têm acesso à Internet. A capital é a região do país com maior índice de desenvolvimento humano.



Fonte: Reuters

Nenhum comentário: